O fenômeno Marçal segue o mesmo caminho de Javier Milei, presidente da Argentina. É um fenômeno sobretudo entre eleitores mais jovens, homens, de classe média baixa. O diferencial mais brasileiro é que ele também vem conquistando o voto evangélico.
Segundo o Datafolha divulgado hoje, entre jovens com idade entre 16 e 24 anos, Marçal disparou, aparentemente ocupando um espaço que era de Boulos. Ele cresceu 8 pontos nesse estrato, chegando a 29% das intenções de voto. Boulos, por sua vez, perdeu 7 pontos e caiu de 27% para 20%.
Nunes também caiu, para 17%.
Tábata Amaral, por sua vez, vem avançando de maneira firme entre os jovens e já tem 15% nesse estrato, empatada com o prefeito.
No esforço de se distanciar da pecha de radical, Boulos moderou sua linguagem e acabou dando espaço para Marçal se colocar como o candidato antissistema, disruptivo, características que costumam atrair o eleitorado mais jovem.
Entre os evangélicos, Marçal também vem se consolidando, embora este seja um eleitorado entre o qual, desde o início das pesquisas, ele vem pontuando bem, com cerca de 30% dos votos, empatado tecnicamente com Nunes, que tem 28%.
Boulos tem conseguido segurar um eleitorado de 15% entre os evangélicos.
Entretanto, é entre o público masculino que Marçal mais se destaca, e onde ele é mais perigoso. Entre homens, Marçal já tem 31%, liderando de maneira isolada.
Boulos tem 25% entre homens, e Nunes 23%.
Outro estrato onde Marçal tem pontuado bem é entre eleitores com renda domiciliar (ou familiar) entre 2 a 5 salários. O ex-coach tem crescido bastante nesse segmento, onde pontua hoje 27%, empatado com Boulos, que tem 26% e Nunes, com 23%.
Tábata Amaral, por sua vez, também cresceu neste setor popular, e agora pontua 11%.
Já a pontuação entre as famílias de classe média, com renda acima de 5 salários, chama atenção a queda brusca de Ricardo Nunes, que passou de 23% para 18%, e a ascensão constante de Marçal, há várias pesquisas. Boulos ainda lidera nesse estrato, com 32%, mas Marçal já está encostando, com 29%.