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Israel já matou quase 2 mil libaneses em 2 semanas

Nas últimas duas semanas, a ofensiva militar de Israel no Líbano intensificou-se, resultando na morte de quase 2 mil pessoas, entre civis e combatentes, segundo dados do Ministério da Saúde do Líbano. Esses números refletem a brutalidade dos bombardeios aéreos e ataques terrestres que atingiram diversas regiões do país, incluindo a capital, Beirute. Explosões no […]

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O Ministério da Saúde diz que os ataques contínuos de Israel no Líbano mataram mais de mil pessoas e deslocaram mais de 1 milhão somente nas últimas duas semanas / Ramadan Abed / REUTERS

Nas últimas duas semanas, a ofensiva militar de Israel no Líbano intensificou-se, resultando na morte de quase 2 mil pessoas, entre civis e combatentes, segundo dados do Ministério da Saúde do Líbano. Esses números refletem a brutalidade dos bombardeios aéreos e ataques terrestres que atingiram diversas regiões do país, incluindo a capital, Beirute.

Explosões no aeroporto de Beirute

Na madrugada de sexta-feira (4), fortes explosões foram registradas nas proximidades do aeroporto de Beirute, região que deveria receber um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para evacuar cidadãos brasileiros. O ataque foi confirmado pelo ministro dos Transportes do Líbano como uma ação militar israelense. Fontes do site Axios relataram que o alvo do bombardeio seria Hashem Safi al-Din, um dos principais líderes do Hezbollah, considerado o sucessor de Hassan Nasrallah, que foi morto recentemente em outro ataque israelense. O paradeiro de Safi al-Din é desconhecido.

Operação de resgate do Brasil

A FAB havia planejado pousar em Beirute para realizar a evacuação de brasileiros em meio à intensificação do conflito. No entanto, após as explosões, o chanceler brasileiro Mauro Vieira afirmou que a operação poderia ser adiada, dependendo das condições de segurança no aeroporto. Até o momento, o Itamaraty não confirmou se o ataque israelense afetará a evacuação dos brasileiros.

Crescente ofensiva de Israel contra o Hezbollah

Israel intensificou suas ações militares contra o Hezbollah, um grupo extremista apoiado pelo Irã, que atua politicamente no Líbano, mas também possui um braço armado. O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade ao Hamas e à causa palestina na Faixa de Gaza.

Em julho, um comandante do Hezbollah foi morto em um ataque israelense no Líbano, aumentando as tensões. O grupo planejou uma resposta em larga escala, que foi repelida pelas forças israelenses. Em setembro, a situação escalou ainda mais com a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em um bombardeio israelense em Beirute. A morte de Nasrallah gerou uma retaliação imediata do Irã, que lançou quase 200 mísseis balísticos contra Israel.

A nova fase do conflito

A escalada do conflito começou em meados de setembro, quando Israel destruiu dispositivos de comunicação do Hezbollah em uma operação coordenada. Essa ação marcou o início de uma nova fase na guerra, com Israel intensificando seus ataques a alvos no Líbano, incluindo a capital. Em 30 de setembro, Israel lançou uma incursão terrestre “limitada e precisa” no território libanês, com o objetivo de neutralizar as operações do Hezbollah.

Impacto humanitário no Líbano

O impacto dos ataques israelenses no Líbano tem sido devastador. Infraestruturas essenciais, como hospitais, escolas e residências, foram severamente danificadas ou destruídas, deixando a população em uma situação desesperadora. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 55 pessoas foram mortas e 151 ficaram feridas apenas nas últimas 24 horas devido aos ataques aéreos.

Além dos mortos, centenas de milhares de libaneses foram forçados a deixar suas casas, criando uma crise humanitária de grandes proporções. A destruição de instalações civis tem dificultado o acesso a água, eletricidade e cuidados médicos, o que agrava ainda mais a situação da população.

Reação da comunidade internacional

A comunidade internacional, incluindo potências como Estados Unidos, China e União Europeia, tem acompanhado de perto o conflito, mas as respostas diplomáticas têm sido limitadas. O Conselho de Segurança da ONU realizou uma sessão de emergência para discutir a situação, mas ainda não conseguiu aprovar uma resolução que exija o fim imediato das hostilidades.

A China, representada por seu embaixador Fu Cong, alertou que a situação está “por um fio” e pediu que as partes envolvidas respeitem o direito internacional humanitário. Fu destacou a necessidade de proteger os civis e garantir que as forças da ONU no Líbano (UNIFIL) não sejam alvo de ataques. Ele também enfatizou a importância de respeitar a neutralidade da UNIFIL, responsável por garantir a paz e a segurança na região.

Situação no sul do Líbano

No sul do Líbano, a situação também é crítica, com intensos combates entre o exército israelense e o Hezbollah. A ofensiva de Israel na região, que inclui bombardeios e incursões terrestres, visa enfraquecer as capacidades militares do Hezbollah. No entanto, esses ataques têm resultado em um alto número de baixas civis, o que tem gerado condenações por parte da comunidade internacional.

Em resposta aos ataques israelenses, o Hezbollah intensificou seus bombardeios contra o norte de Israel, aumentando ainda mais as tensões na fronteira entre os dois países. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que os moradores do norte de Israel, deslocados devido aos bombardeios do Hezbollah, só poderão retornar para suas casas quando a situação estiver sob controle, o que, segundo ele, dependerá de uma ação militar bem-sucedida.

O futuro do conflito

Com quase 2 mil mortos em duas semanas, a perspectiva de uma solução diplomática para o conflito entre Israel e Hezbollah parece distante. Enquanto Israel justifica suas ações como necessárias para garantir sua segurança nacional, o Hezbollah, apoiado pelo Irã, promete continuar a luta até que suas demandas sejam atendidas.

A população civil, tanto no Líbano quanto em Israel, continua a sofrer as consequências de um conflito que parece estar longe de acabar. Com a intensificação dos bombardeios e a ausência de um cessar-fogo, a crise humanitária no Líbano tende a piorar, aumentando a pressão sobre a comunidade internacional para buscar uma solução negociada.

A expectativa é que, sem uma intervenção diplomática significativa, o conflito continue a escalar, com consequências devastadoras para a região e para os civis que se encontram no meio dessa guerra.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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