Brasil prepara operação de repatriação de cidadãos no Líbano em meio a conflitos

REUTERS/Adriano Machado

Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e atual conselheiro internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou em entrevista ao jornal O Globo que a atual guerra em Israel se direciona contra todo o Líbano, não limitando-se ao Hezbollah. Essa afirmação reforça a urgência da operação de repatriação dos cidadãos brasileiros na região.

O presidente Lula autorizou uma operação de evacuação que deve começar com um primeiro voo, ainda sem data confirmada, para retirar ao menos 240 brasileiros. As prioridades são idosos, mulheres, grávidas, crianças doentes e outros em situação vulnerável.

Esta não é a primeira vez que o governo brasileiro organiza uma repatriação em situações de conflito; uma operação semelhante foi realizada em 2006, também sob a liderança de Amorim.

Durante a entrevista, Amorim destacou a complexidade das operações de evacuação, lembrando que em 2006 foi necessário mobilizar aviões de companhias aéreas para evacuar cerca de 3 mil brasileiros.

Ele também mencionou que a principal rota de evacuação da época, através de Damasco, na Síria, está hoje comprometida devido à presença de remanescentes do Estado Islâmico.

O cenário no Líbano piorou com a intensificação dos ataques israelenses, que incluem incursões terrestres e bombardeios aéreos em várias partes do país.

Fontes internacionais reportam que os confrontos têm resultado em um alto número de civis mortos e feridos. Desde o início dos ataques em 23 de setembro, mais de mil pessoas morreram e outras 6 mil ficaram feridas, segundo relatos da RFI.

Além das mortes, os conflitos desencadearam um grande deslocamento de pessoas, com cerca de um milhão de deslocados internos até agora. Em resposta à crise humanitária crescente, a Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou a criação de um fundo de emergência de US$ 400 milhões para auxiliar os afetados.

Nesta segunda-feira, o presidente Lula condenou os ataques de Israel, descrevendo-os como ataques a “pessoas inocentes” e criticando a guerra como uma demonstração da “insanidade humana”. Suas declarações ressaltam a preocupação do Brasil com as consequências humanitárias do conflito e a necessidade de uma solução pacífica para a região.

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