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Argentina: 2 milhões nas ruas contra a destruição do ensino público

Bruno Falci, de Buenos Aires, para o Portal O Cafezinho Uma multidão marchou nas ruas da Argentina em protesto contra a destruição do Estado e os direitos sociais promovidos pelo governo de Javier Milei. A situação a cada dia se torna pior. Com aumentos nos preços básicos de transporte, luz, gás e aluguel. Demissões em […]

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1 milhão e meio marcham contra Milei em Buenos Aires. Foto: AFP

Bruno Falci, de Buenos Aires, para o Portal O Cafezinho

Uma multidão marchou nas ruas da Argentina em protesto contra a destruição do Estado e os direitos sociais promovidos pelo governo de Javier Milei. A situação a cada dia se torna pior. Com aumentos nos preços básicos de transporte, luz, gás e aluguel. Demissões em massa causada pelo enxugamento do Estado, gerando alto desemprego.

Corte de distribuição de alimentos para a população mais vulnerável causando a fome em alta escala. Desvalorização dos salários de todos os setores da classe trabalhadora devido a alta inflação e sem reajuste do salario, levando a muitas pessoas a terem que viver na rua devido aos cortes dos programas sociais.

O resultado dessa politica desastrosa é a recessão econômica que a Argentina se encontra hoje somada a mais da metade da população estar na linha da pobreza. Esse é o cenário que a motosserra de Milei deixou em menos de um ano de governo.

O que vem levado multidões as ruas a protestar. O regime de extrema-direita, inspirado em seu grande modelo, Israel, usa dos mesmos meios para colocar o povo em seu lugar passivo. Repressão, violência física e prisões. Inclusive contra jornalistas.

Saúde, educação e cultura se tornam os maiores inimigos do regime repressor e o que a Argentina tinha de melhor para o mundo pode acabar sendo destruído por um louco que recebe conselhos de seu cachorro imaginário.

Manifestantes tomam a praça do congresso em Buenos Aires. Foto: Bruno Falci

Tendo à frente reitores, professores e estudantes a população ocupou as ruas do país e se reuniram desde as primeiras horas da manhã em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires. Sindicatos, organizações sociais e organizações de direitos humanos também participaram.

Saúde, educação, cultura e os aposentados se tornam os maiores inimigos do regime repressor. O que a Argentina tinha de melhor para o mundo, como seu cinema e suas universidades, podem acabar sendo destruído por um louco que recebe conselhos de seu cachorro imaginário.

Tendo à frente reitores, professores e estudantes a população ocupou as ruas do país e se reuniram desde as primeiras horas da manhã em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires. Sindicatos, organizações sociais e organizações de direitos humanos também participaram.


Todos, pela segunda vez, saíram às ruas em defesa da educação pública como ocorreu no dia 23 de abril, em rechaço ao veto presidencial à Lei de Financiamento Universitário que declara emergência orçamental. Um novo confronto. Por um lado, o governo confirmou que vetará a lei, enquanto a concentração aposta que deputados e senadores rejeitarão o veto. “A defesa da universidade não é uma reivindicação salarial. É a educação dos filhos dos trabalhadores”, disse ontem Héctor Daer, um dos dirigentes da CGT – Confederação Geral do Trabalho.


O governo de extrema-direita de Javier Millei, apoiado por um forte aparato policial repressivo comandado pela ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, respondeu mais uma vez com provocações e dados falsos para tentar deslegitimar a mobilização.


Milei anunciou que vetará a Lei de Financiamento Universitário, fazendo com que seu impacto em termos estimados seja de apenas 0,14% do PIB e evidenciando uma recomposição dos ajustes já realizados. Não significa uma bênção em relação à deterioração anterior, nem representa um “escudo” contra futuras tentativas de liquefação inflacionária. A marcha enviou uma mensagem aos deputados, para mostrar-lhes que têm o dever de travar o veto predatório, para que ponham fim ao desprezo pela universidade pública que o governo vem demonstrando.

Contra a desigualdade

“A educação é um direito humano que se levanta contra a chance injusta da desigualdade. Com a mesma força e clareza que dissemos em abril, estudantes de todo o sistema universitário reiteram: Não queremos que nossos sonhos nos sejam tirados! Nosso futuro não lhes pertence!”, diz documento lido nesta quarta-feira na Marcha da Universidade Federal.


Além da Frente Sindical (que reúne sindicatos docentes e não docentes), a Federação Universitária Argentina (FUA) e o Conselho Nacional Interuniversitário (CIN), que organizaram a marcha, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), os duas Central de Trabalhadores e Trabalhadores da Argentina (CTA), a União dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (UTEP) e várias organizações participaram. “A defesa da universidade não é uma reivindicação salarial. É a educação dos filhos dos trabalhadores”, disse ontem Héctor Daer, um dos dirigentes da CGT.


Os sindicatos mostram os dados há meses: os salários tiveram uma perda de 50% do poder de compra e mais da metade estão abaixo da linha da pobreza. Isto foi confirmado pelo vice-reitor da Universidade de Buenos Aires (UBA), Emiliano Yacobitti, que afirmou que “mais de 60% dos trabalhadores universitários são pobres”. Em reunião do Conselho Superior da UBA, realizada em 25 de setembro, o reitor Ricardo Gelpi denunciou “um plano sistemático, metódico e gradual do Governo para a destruição da educação pública”.


Camila Silveira, presidente do Centro Estudantil da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Buenos Aires Aires, diz :“Toda a minha vida sonhei ser veterinária na UBA e hoje tenho a sensação de que esse sonho poderia me ser tirado”. Hoje ela esteve na Marcha Universitária Federal contra o anunciado veto do presidente Javier Milei à Lei de Financiamento, que declara emergência orçamentária. Espera-se uma mobilização massiva para replicar o que aconteceu em Abril. Embora o Governo tenha confirmado que vetará a lei, a concentração aposta que deputados e senadores rejeitarão o veto.


O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, reiterou a decisão do Governo e em conferência de imprensa disse que “o veto continua firme” e que será seguramente publicado esta quarta-feira no Diário da República. Neste quadro, a concentração é também uma mensagem para os legisladores. De acordo com o Gabinete Orçamental do Congresso, o impacto fiscal da lei é de 0,14% do PIB, um número minúsculo para as contas nacionais.


Em um dos seus trechos, o documento docente afirma:
“A espinha dorsal da Nação é a educação pública que nos equaliza e nos torna livres e a universidade pública é a ferramenta por excelência para a mobilidade social ascendente. Que não privem o povo argentino dos seus sonhos de grandeza. Que não extingam as vocações mais nobres ligadas ao conhecimento e ao trabalho com meninas, meninos, jovens e adultos que passam pelas nossas salas de aula e laboratórios. Os desejos, aspirações e lutas de geração após geração consagrados em direitos impõem uma responsabilidade ao presente para que o futuro seja possível.”

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