Quaest: indecisos em eleição de São Paulo pode criar surpresa

Foto: Reprodução/Instagram

Pesquisa GLOBO/QUAEST mostra que 45% dos eleitores de São Paulo ainda estão indecisos. Estabilidade nas intenções de voto e altos índices de rejeição moldam o cenário de uma eleição ainda incerta.


A última pesquisa GLOBO/QUAEST para a eleição à Prefeitura de São Paulo mostra um cenário ainda incerto, com 45% dos eleitores permanecendo indecisos. Esse número, embora menor que os 72% registrados em junho, continua sendo um dos principais fatores que moldam o cenário eleitoral.

No cenário espontâneo, Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) seguem tecnicamente empatados, com oscilações dentro da margem de erro. Boulos chegou a 17%, enquanto Marçal e Nunes mantiveram-se em 14%, evidenciando estabilidade e, ao mesmo tempo, a incerteza entre os eleitores.

Candidatos e Eleitorado: Fidelidade e Divisão

No cenário estimulado, onde os nomes dos candidatos são apresentados, Ricardo Nunes lidera com 24%, seguido de Boulos com 23% e Marçal com 21%. Tabata Amaral (PSB) cresceu para 11%, mostrando que está conseguindo atrair eleitores indecisos.

As análises demográficas da pesquisa Quaest revelam padrões que mostram pouca mobilidade no eleitorado. Quem votou em Jair Bolsonaro ou Lula em 2022 mantém suas preferências para o pleito atual. Nunes e Marçal atraem eleitores de Bolsonaro, enquanto Boulos conta com 50% do apoio dos eleitores de Haddad — um número que sugere desafios para consolidar o eleitorado progressista.

Entre os que votaram em branco ou nulo em 2022, há um aumento tanto para Tabata, Boulos quanto para Marçal, enquanto Nunes se mantém estável. Já entre aqueles que apoiaram Tarcísio de Freitas em 2022, tanto Nunes quanto Marçal estão com 38% do eleitorado, indicando estabilidade. Entretanto, Boulos parece não ter conseguido captar os eleitores de Haddad de forma significativa.

Intenções de Mudança de Voto

A pesquisa destaca que 73% dos eleitores ainda podem mudar de voto, mostrando um cenário volátil. Entre os eleitores de Boulos, 46% indicaram Tabata Amaral como segunda opção, enquanto entre os eleitores de Nunes, 19% teriam Marçal como alternativa. Eleitores de Marçal mostram tendência de mudança para Ricardo Nunes (30%) e Marina Helena (19%).

Boulos é o candidato com a maior taxa de certeza de voto: 78% dos seus eleitores afirmam que a decisão é definitiva. Ricardo Nunes tem 65%, enquanto Marçal está em 71%, indicando um cenário em que a fidelidade do eleitorado ainda não é sólida para todos os candidatos.

Rejeição e Viabilidade Eleitoral

A rejeição dos candidatos é um ponto importante. Datena (PSDB) continua como o mais rejeitado, com 68%. Pablo Marçal, com rejeição em alta, chega a 52%, o que pode dificultar uma eventual ida ao segundo turno e limitar sua viabilidade. Guilherme Boulos tem rejeição de 49%, enquanto Ricardo Nunes tem a menor rejeição, com 38%.

A combinação de rejeição alta e falta de crescimento do potencial de voto coloca Marçal em uma posição delicada, especialmente em um eventual segundo turno. A rejeição elevada de Boulos também pode representar um obstáculo, enquanto Nunes se beneficia da menor taxa de rejeição, possivelmente ampliando suas chances de consolidar uma liderança.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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