O presidente Lula (PT), determinou a execução de um voo de repatriação para trazer de volta os brasileiros que se encontram no Líbano. A operação será coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, com detalhes sobre a data e logística sendo anunciados nos próximos dias. A equipe está avaliando cuidadosamente as condições de segurança para o voo.
De acordo com o planejamento inicial da Força Aérea Brasileira (FAB), a decolagem deverá ocorrer a partir do aeroporto de Beirute, que permanece operacional. A ação visa garantir a segurança e o retorno dos brasileiros, em meio à escalada de tensões na região.
A Embaixada brasileira no Líbano já está em contato com a comunidade brasileira local, coordenando as etapas da operação e mantendo diálogo constante com as autoridades libanesas.
Cerca de 100.000 pessoas fogem do Líbano para a Síria após a invasão de Israel
Cerca de 100.000 cidadãos libaneses e sírios deixaram o Líbano em direção à Síria em meio aos intensos ataques aéreos de Israel, informou o chefe da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi, nesta segunda-feira, 30.
A fuga em massa ocorre após uma semana de bombardeios contínuos no Líbano, resultando em um número crescente de deslocados internos e refugiados.
“O número de pessoas que cruzaram a fronteira para a Síria a partir do Líbano fugindo dos ataques aéreos israelenses – cidadãos libaneses e sírios – chegou a 100.000”, afirmou Grandi em uma publicação no X (antigo Twitter). Ele acrescentou que “o fluxo continua”, indicando que o número de refugiados pode continuar aumentando.
Os bombardeios israelenses, que começaram há cerca de uma semana, provocaram o deslocamento de aproximadamente um milhão de pessoas em todo o território libanês, segundo informações do primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati.
Ele descreveu a situação como “o maior movimento de deslocamento que pode ter acontecido” no país em meio ao conflito.
Com a situação humanitária se deteriorando rapidamente, autoridades locais converteram escolas em abrigos temporários para acomodar os deslocados.
Em várias regiões do país, incluindo áreas menos afetadas pelos bombardeios, moradores estão abrindo suas casas para parentes e desconhecidos que fogem das áreas de maior risco.
Testemunhos de deslocados
Entre as pessoas afetadas pelos ataques aéreos, Aya Ayoub, de 25 anos, relatou à BBC as dificuldades enfrentadas desde que sua área no sul de Beirute foi atingida.
“Todos os prédios estão completamente destruídos”, disse Ayoub, que atualmente está abrigada com 16 outras pessoas em uma casa em outra parte de Beirute. Ela descreveu como deixou sua casa na sexta-feira, sem ter para onde ir.
“Ficamos até as 02:00 nas ruas até que um grupo de pessoas nos ajudou a entrar em um prédio residencial em construção”, relatou. “Estamos vivendo à luz de velas à noite e precisamos buscar água e comida de fora.”
Outro relato foi dado por Sara Tohmaz, que deixou sua casa nas proximidades de Beirute com sua mãe e dois irmãos. Na sexta-feira passada, a família iniciou uma viagem de quase 10 horas para chegar à Jordânia, passando pela Síria.
“Acho que temos sorte de ter um lugar para ficar na Jordânia, onde os parentes da minha mãe moram”, contou Tohmaz à BBC. “Não sabemos o que vai acontecer depois e não sabemos quando poderemos voltar.”
Impacto dos bombardeios
O Ministério da Saúde do Líbano divulgou que, nas últimas duas semanas, mais de 1.000 libaneses foram mortos como resultado dos ataques aéreos israelenses. Além disso, cerca de 6.000 pessoas ficaram feridas nesse período.
A situação no Líbano reflete o impacto devastador do conflito na população civil, com milhares de pessoas deixando suas casas em busca de segurança.
Enquanto o êxodo de libaneses e sírios para a Síria continua, a capacidade de absorção e acolhimento desses refugiados em território sírio é um ponto de preocupação para as autoridades humanitárias.
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