Explosões em Tel Aviv, defesas americanas em ação e o mundo à beira de um novo conflito: Veja os detalhes do ataque que abalou o Oriente Médio
Na noite desta terça-feira (1º), sirenes soaram em Israel, seguidas por explosões, após um ataque de mísseis lançado pelo Irã contra o território israelense. Autoridades dos Estados Unidos confirmaram que algumas dessas armas foram interceptadas em colaboração com Israel, com sistemas de defesa israelenses realizando “um grande número de interceptações”, segundo o exército israelense. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que a Marinha americana ajudou Israel ao interceptar mísseis que se aproximavam.
A Força de Defesa de Israel (IDF) declarou que cerca de 180 mísseis foram disparados em direção ao território israelense. Apesar do impacto, as IDF informaram que “não estavam cientes de nenhuma vítima” e que, após cerca de 45 minutos, a situação foi considerada segura para a população deixar os abrigos. O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das IDF, informou que a maioria dos mísseis foi interceptada em colaboração com o Comando Central das Forças Aéreas dos EUA, e que “os danos estão sendo avaliados”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, acompanharam o ataque e a resposta na Sala de Situação da Casa Branca. Sullivan afirmou que “com base no que sabemos até o momento, esse ataque parece ter sido derrotado e ineficaz”, destacando que as interceptações evitaram um impacto mais devastador.
Em Jerusalém, civis foram orientados a buscar abrigo. Bill Schecter, um cirurgião aposentado de São Francisco, contou que recebeu um alerta em seu telefone e rapidamente se dirigiu a um abrigo antiaéreo. “Ouvimos vários estrondos. Suspeito que fosse o sistema Iron Dome derrubando mísseis”, relatou Schecter.
O ataque do Irã foi confirmado pela missão iraniana nas Nações Unidas, que emitiu um comunicado justificando a ação como uma “resposta legal, racional e legítima” às ações de Israel contra interesses iranianos. A televisão estatal iraniana afirmou que o ataque foi bem-sucedido, alegando que muitos mísseis ultrapassaram as defesas israelenses, embora não houvesse evidências concretas que sustentassem essa declaração.
Poucas horas antes do ataque, fontes da Casa Branca já haviam alertado que o Irã poderia estar preparando uma ofensiva contra Israel. O ataque ocorre em um contexto de crescente tensão na região, especialmente após Israel anunciar ataques direcionados contra o Hezbollah no Líbano, grupo apoiado pelo Irã.
Este não foi o primeiro ataque de mísseis do Irã contra Israel. Em abril, Teerã disparou mais de 300 mísseis e drones em retaliação a um ataque israelense ao consulado iraniano na Síria, que resultou na morte de altos comandantes iranianos. Apesar da gravidade do ataque, a maioria das armas foi interceptada, e houve apenas danos menores em território israelense.
Dessa vez, a resposta israelense foi rápida, com seus sistemas de defesa aérea agindo em cooperação com as forças americanas. No entanto, o risco de uma escalada mais ampla é palpável. O Irã, que apoia grupos como Hezbollah, Hamas e os rebeldes Houthi, continua a manter uma postura agressiva contra Israel e seus aliados, levantando temores de um conflito regional em larga escala.
Um dos principais desafios para os EUA é o risco de que as milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque, ou até mesmo os Houthis no Iêmen, possam retaliar contra as forças americanas na região, como já aconteceu em diversos ataques nos últimos meses. Desde outubro, bases americanas foram alvo de mais de 165 ataques de foguetes e drones, embora a maioria tenha causado pouco ou nenhum dano significativo.
Antes do ataque, Israel já havia reforçado suas defesas, especialmente no norte do país, próximo à fronteira com o Líbano, em antecipação a possíveis ataques do Hezbollah. O governo israelense, ciente da crescente tensão, aumentou as restrições ao número de pessoas permitidas em grandes aglomerações no norte do país, como medida de precaução.
Enquanto isso, o presidente Biden continua pedindo um cessar-fogo, alertando para os perigos de um conflito total entre Israel e o Hezbollah, que poderia se espalhar por toda a região. O Pentágono, por sua vez, estendeu o tempo de operação de várias unidades americanas no Oriente Médio e aumentou o número de tropas na área, como parte de uma estratégia de contenção contra uma possível escalada.
Com o cenário cada vez mais tenso e a ameaça de novos ataques, tanto Israel quanto os Estados Unidos permanecem em estado de alerta, preparados para responder a qualquer nova ofensiva do Irã ou de seus grupos aliados na região.