O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, declarou que o grupo está preparado para enfrentar uma possível invasão terrestre israelense no Líbano.
Em um discurso realizado nesta segunda-feira, Qassem reafirmou a disposição do grupo em combater, marcando suas primeiras declarações públicas após a morte de Hassan Nasrallah, ex-líder do Hezbollah, morto por Israel na semana passada.
Qassem afirmou que, apesar dos contínuos ataques aéreos de Israel contra Beirute e outras regiões do Líbano, que já duram duas semanas, o Hezbollah mantém sua capacidade de resposta.
Os ataques resultaram na morte de vários comandantes do grupo, aproximadamente 1.000 civis libaneses e deslocaram cerca de um milhão de pessoas, segundo dados do governo libanês.
Além de enfrentar a perda de seu líder, o Hezbollah está no processo de reestruturação de sua liderança. Qassem anunciou que a escolha de um novo secretário-geral ocorrerá em breve, garantindo a continuidade da estrutura de comando do grupo.
No contexto de ataques recíprocos, o Hezbollah afirma ter lançado foguetes até 150 km dentro do território israelense, preparando-se para um confronto mais direto, caso Israel opte por uma ofensiva terrestre.
“Estamos fazendo o necessário e sabemos que a batalha pode ser longa, mas venceremos como em 2006”, afirmou Qassem, referindo-se ao conflito anterior entre Israel e Hezbollah.
Por outro lado, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, expressou que seu governo está pronto para implementar uma resolução da ONU visando a desmilitarização do Hezbollah ao sul do rio Litani, como parte dos esforços para encerrar a guerra com Israel. Mikati também mencionou que o exército libanês poderia assumir posições nessa região.
No mesmo dia do discurso de Qassem, o grupo militante palestino Hamas comunicou que um ataque aéreo israelense matou seu líder no Líbano, além de outros membros da organização, em Tiro.
Esta série de ataques faz parte de um conflito mais amplo que se estende pelos territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia, alcançando até mesmo o Iêmen e áreas dentro de Israel.
Israel, por sua vez, sinalizou que poderá intensificar suas operações militares, incluindo uma potencial invasão terrestre, como forma de garantir a segurança de suas comunidades fronteiriças ao norte. A situação permanece volátil, com implicações significativas para a estabilidade regional.