Primeira dama de João Pessoa é presa

Lauremília Lucena é presa pela Polícia Federal. Alexandre Frazão/TV Cabo Branco

A primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, foi presa na manhã deste sábado (28) pela Polícia Federal. A prisão ocorreu no âmbito de um mandado expedido como parte de uma investigação conduzida pela Justiça Eleitoral da Capital. Além da prisão de Lauremília, a operação também cumpriu outro mandado de prisão contra Tereza Cristina Barbosa e dois mandados de busca e apreensão.

A ação faz parte da 3ª fase da Operação Território Livre, batizada de “Sementem”, que investiga um suposto esquema de aliciamento violento de eleitores durante o pleito municipal. A operação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba.

Tereza Cristina Barbosa é apontada como a secretária particular de Lauremília Lucena, e ambas são investigadas por sua participação em um esquema envolvendo a indicação de cargos na prefeitura de João Pessoa. Segundo as investigações, Lauremília teria influência na escolha de cargos que eram solicitados por pessoas ligadas a grupos que controlam comunidades na cidade. Em troca, esses grupos ofereceriam facilidades de acesso a essas áreas.

O nome de Lauremília já havia sido citado em documentos anteriores da Polícia Federal, em transcrições atribuídas a outras pessoas investigadas. Nessas transcrições, ela era mencionada como alguém com poder decisório sobre a indicação de cargos na administração pública.

A prisão da primeira dama agita a disputa pelo comando da capital da Paraíba. Adversários do prefeito Cícero Lucena vinham denunciando, há semanas, o aliciamento de eleitores por parte da campanha de Lucena pela reeleição.

Às 8h40 da manhã deste sábado, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, marido de Lauremília, divulgou uma nota sobre o ocorrido. No texto, ele afirma que sua esposa é vítima de uma perseguição política, orquestrada por seus adversários às vésperas da eleição municipal. Ele menciona que, nos últimos dias, boatos sobre uma operação iminente circulavam pela cidade e que a ação de hoje teria sido prevista e denunciada publicamente pela deputada federal Eliza Virgínia no plenário da Câmara dos Deputados. Eliza teria alertado para o uso político das instituições com o objetivo de influenciar o pleito eleitoral em João Pessoa.

O prefeito criticou as versões divulgadas pela imprensa e por seus adversários, classificando-as como fantasiosas e inverídicas, com o objetivo de manchar a honra de sua esposa. Ele reforçou que Lauremília é uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo da Paraíba, e que ela não teme as investigações. Segundo a nota, Lauremília demonstrará na Justiça que é vítima de uma grave perseguição política.

Cícero Lucena afirmou ainda que se trata de uma prisão política, já que Lauremília tem residência fixa e não se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer os fatos. Ele criticou o uso de força desproporcional, pois sua esposa sequer foi convocada para prestar depoimento antes da prisão. Para ele, a ação dos adversários visa conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa.

A nota finaliza afirmando que Lauremília tem uma vida limpa e é uma benfeitora tanto na cidade quanto no estado da Paraíba. O prefeito acredita que ela provará sua inocência e que as injustiças cometidas contra sua família não ficarão impunes. Mesmo diante da prisão, a campanha eleitoral de Cícero continuará nas ruas, e o prefeito reafirma que nenhuma força política está acima de Deus ou da vontade soberana do povo.

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