Cientistas do Primeiro Hospital Central de Tianjin, da Universidade de Pequim, do Laboratório Changping e da Hangzhou Reprogenix Bioscience realizaram com sucesso o primeiro transplante de células de ilhotas derivadas de células-tronco pluripotentes induzidas quimicamente (ilhotas CiPSC) para tratar um paciente com diabetes tipo 1.
O resultado, publicado na quarta-feira no periódico Cell, marca um potencial ponto de virada no tratamento da condição.
O diabetes tipo 1 é uma das formas mais desafiadoras da doença, com os métodos de tratamento existentes muitas vezes falhando em controlar precisamente o açúcar no sangue, resultando em várias complicações. O transplante de ilhotas tradicional já era uma alternativa promissora, mas limitada pela escassez de doadores de pâncreas.
No estudo, uma paciente feminina que dependia de tratamento com insulina por 11 anos e sofria com controle inadequado de açúcar no sangue, recebeu o transplante de ilhotas CiPSC.
Setenta e cinco dias após o procedimento, ela se tornou independente de insulina, com seus indicadores de saúde retornando aos níveis de uma pessoa não diabética, mantendo-se assim por mais de um ano.
Deng Hongkui, diretor do Centro de Pesquisa de Células-Tronco da Universidade de Pequim e um dos autores do estudo, destacou a importância das células-tronco pluripotentes.
Essas células, capazes de se diferenciar em qualquer tipo de célula funcional, representam uma esperança para a medicina regenerativa.
Deng e sua equipe conseguiram reprogramar células somáticas humanas para voltarem a um estado pluripotente através de pequenas moléculas químicas, uma inovação que lhe rendeu o Future Science Prize de 2024 em ciências da vida.
As ilhotas CiPSC prometem ser uma nova fonte para transplantes e a técnica de reprogramação química pode facilitar a preparação de vários tipos de células funcionais, ampliando as possibilidades de tratamento de doenças graves com terapia celular.
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