Presidente coordena, ao lado do líder espanhol, Pedro Sánchez, o debate “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”
“Nossa luta é fazer com que a democracia volte a ser percebida como o caminho mais eficaz para a conquista e efetivação de direitos”, afirmou Lula, ao discursar durante a mesa redonda “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, nesta terça-feira (24/9). O presidente falou ainda sobre os desafios enfrentados para a manutenção da democracia, não apenas no Brasil, mas no mundo.
“No Brasil e nos Estados Unidos, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais. Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo. Na África, golpes de Estado demonstram que o uso da força para derrubar governos ainda reflete resquícios do colonialismo”, explicou.
“Recuar não vai apaziguar o ânimo violento de quem ataca a democracia para silenciar e retirar direitos. Não há contradição entre coesão social e o respeito à diversidade. O pluralismo nos fortalece. A democracia em sua plenitude é base para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência”, acrescentou o presidente.
Lula coordenou o debate, que foi idealizado pelo brasileiro junto com o presidente de Governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo é debater com outros líderes o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à desigualdade, à desinformação e ao extremismo. O evento contou com representantes de 20 países, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Ao abrir a 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, Lula criticou a falta de atualização da forma como é dirigida a organização, que segue a mesma carta de princípios de 80 anos atrás. Citou os conflitos que ocorrem na Ucrânia e no Oriente Médio, além das guerras no Sudão e no Iêmen. Mencionou o atraso das nações no combate à fome e às tragédias climáticas decorrentes do aquecimento global. Criticou a ausência de regulação das plataformas digitais que permite a difusão de desinformação e intolerância. E falou também sobre democracia no contexto brasileiro.
“No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento. Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários. A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência”, destacou.
O presidente desembarcou em Nova York no sábado (21/9). No domingo, discursou na Cúpula para o Futuro, evento também paralelo à Assembleia Geral. Na ocasião, foi aprovado o Pacto para o Futuro, documento contendo compromissos sobre reformas no sistema multilateral.
Na segunda-feira (23), o presidente brasileiro participou de reuniões bilaterais, com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e com o primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille, além de ser homenageado na premiação anual da iniciativa Goalkeepers, organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates.
Nesta quarta (25), o presidente Lula discursa na abertura da segunda Reunião de Chanceleres do G20. Será a primeira vez na história que uma reunião do G20 ocorrerá na sede das Nações Unidas e o Brasil aproveitará a ocasião para lançar um Chamado à Ação pela reforma da governança global.
Publicado originalmente por Agência Gov em 24/09/2024 15h10
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