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Zelensky desafia o perigo e leva ‘plano de vitória’ aos EUA

O presidente Volodymyr Zelensky está em viagem aos Estados Unidos nesta semana para apresentar um “plano de vitória” ao seu principal aliado, em uma tentativa de influenciar a política da Casa Branca sobre a guerra na Ucrânia, independentemente do resultado das eleições americanas de novembro. Zelensky afirmou que deseja discutir o plano com o presidente […]

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Zelensky busca garantir apoio militar e diplomático dos EUA enquanto apresenta plano para encerrar a guerra com a Rússia, em meio às incertezas geradas pelas eleições americanas e crescente tensão no campo de batalha / COMMONWEALTH MEDIA SERVICES / Divulgação via REUTERS

O presidente Volodymyr Zelensky está em viagem aos Estados Unidos nesta semana para apresentar um “plano de vitória” ao seu principal aliado, em uma tentativa de influenciar a política da Casa Branca sobre a guerra na Ucrânia, independentemente do resultado das eleições americanas de novembro.

Zelensky afirmou que deseja discutir o plano com o presidente Joe Biden e com seus dois potenciais sucessores, Kamala Harris e Donald Trump, durante sua visita. Ele também irá discursar na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24). O líder ucraniano declarou que, se o plano for apoiado pelo Ocidente, terá um impacto profundo em Moscou, incluindo um efeito psicológico que pode pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a encerrar o conflito por meios diplomáticos.

“O Plano de Vitória prevê ações rápidas e concretas de nossos parceiros estratégicos — de agora até o final de dezembro”, disse Zelensky aos repórteres na última sexta-feira. Ele destacou que o plano funcionaria como uma “ponte” para uma segunda cúpula de paz liderada pela Ucrânia, que Kiev espera realizar, convidando a Rússia para participar até o final do ano.

Zelensky afirmou que não há alternativa à paz, acrescentando que “nenhum congelamento da guerra ou qualquer outra manipulação simplesmente adiaria a agressão russa para outro estágio”. No entanto, as posições de ambos os lados permanecem distantes.

Zelensky deseja que a Ucrânia faça parte da OTAN e da União Europeia, além de exigir que a Rússia seja expulsa de todo o território ucraniano. Ele acredita que essa última meta pode ser alcançada por vias diplomáticas. Por outro lado, Putin insiste que qualquer negociação de paz deve começar com Kiev abrindo mão de partes do leste e sul da Ucrânia e abandonando seu plano de adesão à OTAN.

A viagem de Zelensky acontece em um momento crítico para a Ucrânia, especialmente considerando que uma eventual vitória de Trump na eleição presidencial de 5 de novembro poderia alterar significativamente a política de Washington em relação à Ucrânia, que atualmente depende fortemente do apoio militar e financeiro dos EUA. Em um debate televisivo, Trump se recusou a dizer se deseja que a Ucrânia vença a Rússia e afirmou que tentaria encerrar o conflito antes mesmo de assumir a presidência, caso fosse eleito. Kamala Harris, por sua vez, acusou Trump de buscar uma capitulação rápida e incondicional de Kiev.

À medida que as eleições americanas se aproximam, Kiev tem mostrado força, realizando uma incursão arriscada na região russa de Kursk em 6 de agosto e promovendo novas armas, como um “míssil drone” e uma arma balística. A Ucrânia também lançou grandes ataques com drones, incluindo um que causou uma explosão em um depósito de munição na região de Tver, na Rússia, na última quarta-feira.

Enquanto isso, a Rússia intensificou seus ataques com drones e mísseis, recebeu mísseis balísticos iranianos, segundo o Ocidente, aumentou o tamanho de seu exército, mudou sua doutrina nuclear e ampliou sua ofensiva no leste ucraniano.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que Biden está ansioso para discutir a “estratégia abrangente de Zelensky para vencer esta guerra” contra a Rússia. Zelensky, por sua vez, explicou que seu plano é composto por poucos pontos-chave e que “todos eles dependem da decisão de Biden, não de Putin”. Na sexta-feira, Zelensky detalhou que as medidas incluem o papel da Ucrânia na “arquitetura de segurança” global, decisões no campo de batalha, como a operação em Kursk, o fortalecimento do arsenal ucraniano e o apoio à economia do país.

Oleksandr Kovalenko, analista militar ucraniano, sugeriu que Zelensky pode buscar garantias de ajuda de longo prazo até 2025 e buscar uma declaração de continuidade de apoio após o mandato de Biden. Segundo Kovalenko, este é um momento crucial do ponto de vista político e militar.

Zelensky provavelmente irá renovar seu pedido a Biden para autorizar ataques de longo alcance dentro da Rússia, uma medida que Moscou advertiu que poderia fazer com que membros da OTAN fossem considerados participantes diretos da guerra, provocando uma resposta. A Ucrânia quer atingir instalações militares a até 300 km dentro da Rússia, como campos de aviação usados para helicópteros de ataque e aviões de guerra.

Enquanto a Rússia, que atualmente ocupa 18% do território ucraniano, continua sua ofensiva, a Ucrânia busca garantir que sua incursão na região de Kursk possa servir como moeda de troca em futuras negociações ou como uma apólice de seguro contra pressões externas para congelar o conflito. No entanto, Kiev precisaria manter o controle desse território, enfrentando desafios de mão de obra e de combate contra um inimigo muito maior.

Simultaneamente, a Rússia avança em direção a Pokrovsk, um centro de transporte vital. Caso a cidade seja capturada, a logística ucraniana poderá ser severamente prejudicada, abrindo novas linhas de ataque para as forças russas.

Kovalenko acredita que a Rússia deseja tomar Pokrovsk até o final do ano para reforçar sua posição nas negociações de paz.

A Ucrânia espera promover um plano de paz em uma segunda cúpula internacional no final deste ano e afirma que a Rússia será convidada a pedido de outros participantes. A primeira cúpula, realizada na Suíça, não contou com a presença de Moscou e foi ignorada pela China e por alguns países do Sul Global. Zelensky sustenta que sua iniciativa de cúpula é o único formato de paz viável, criticando como “destrutiva” uma proposta sino-brasileira que pede “desescalada” e retomada do diálogo direto, sem exigir a retirada da Rússia.

Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta seu inverno mais desafiador desde o início da guerra há dois anos e meio, após ataques russos danificarem boa parte da infraestrutura de energia. O governo ucraniano também lida com crescentes dificuldades econômicas e planeja aumentar impostos em meio a um déficit de financiamento de US$ 12,2 bilhões para o exército.

Pesquisas de opinião recentes revelam uma mudança entre os ucranianos. Em maio de 2024, cerca de 32% estavam abertos a algumas concessões territoriais para encerrar a guerra, em comparação com apenas 10% em maio de 2022, segundo Anton Hrushetskyi, diretor executivo do instituto de pesquisas KIIS, com sede em Kiev. No entanto, a maioria dessas concessões seria temporária, sem renunciar permanentemente ao território.

Para qualquer acordo de paz, a principal exigência é a garantia de segurança, como a adesão à OTAN, afirmou Hrushetskyi. “Apesar das tendências negativas, os ucranianos continuam otimistas e acreditam em um futuro melhor, com a Ucrânia na União Europeia e com garantias de segurança adequadas”, concluiu ele.

Com informações da Reuters*

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Comentários

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Artur

25/09/2024 - 03h19

Esse “plano da vitória” é um risco ou uma loucura mesmo!! lamentável essa conduta dos países ocidentais cadê a sensatez??


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