O PSDB pode enfrentar seu pior resultado na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (19), que mostrou José Luiz Datena com apenas 6% das intenções de voto. Desde 1996, o partido nunca havia encerrado um primeiro turno com menos de 15% dos votos.
Em pouco mais de um mês, a campanha de Datena sofreu uma grande queda, conforme indicam os dados mais recentes. Em agosto, ele tinha 14% das intenções de voto e estava empatado em terceiro lugar com Pablo Marçal (PRTB), mas desde então despencou 8 pontos percentuais, caindo para a quinta posição, atrás de Tabata Amaral (PSB).
Na semana passada, aliados de Datena ainda nutriram alguma esperança após um incidente que teve repercussão popular: durante uma caminhada no Capão Redondo, Datena agrediu Marçal com uma cadeirada, o que foi bem recebido por alguns eleitores. No entanto, as pesquisas mostraram que o episódio não foi suficiente para impulsionar suas intenções de voto, restando-lhe o apoio solidário do partido.
Caso a quinta colocação se confirme nas urnas, será o pior desempenho do PSDB na história das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Até então, o partido só havia amargado quartos lugares nas eleições de 1988 e 1992, quando participou pela primeira vez do pleito.
Em 1988, o PSDB substituiu Franco Montoro por José Serra, que enfrentava um cenário desfavorável logo após a fundação do partido. Serra terminou aquela eleição com apenas 6,89% dos votos válidos, em uma disputa vencida por Luiza Erundina (PT). Na eleição seguinte, Fabio Feldmann também ficou em quarto lugar, com 5,83%, e Paulo Maluf (PDS) venceu o pleito.
Nos anos 1990, o PSDB não conseguiu chegar ao segundo turno em São Paulo, com Serra terminando em terceiro lugar em 1996, com 15,57% dos votos, enquanto Celso Pitta (PPB), apoiado por Maluf, venceu.
Na década seguinte, Geraldo Alckmin ficou em terceiro lugar em 2008, com 22,48%, após uma disputa interna no partido. O PSDB só voltou a vencer em São Paulo em 2004, com Serra eleito no segundo turno, e em 2016, com João Doria vencendo ainda no primeiro turno, com 53,29%.
Em 2020, Bruno Covas manteve o PSDB no comando da prefeitura, vencendo Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, após liderar o primeiro com 32,86% dos votos. No entanto, Covas faleceu em 2021, deixando o cargo para seu vice, Ricardo Nunes (MDB), que agora busca a reeleição.
A candidatura de Datena foi uma aposta de nomes como Marconi Perillo e Aécio Neves, que queriam um candidato competitivo para a maior capital do país, já de olho nas eleições de 2026. No entanto, a escolha de Datena gerou controvérsias dentro do PSDB, com uma ala defendendo o apoio a Nunes.
Datena, que já afirmou ter escolhido “a eleição errada”, diz que sua preferência era disputar o Senado e declarou que não pretende se candidatar novamente caso não vença a eleição para prefeito. Ele tem adotado uma postura de “anticandidato”, recusando-se a pedir votos diretamente.
Com informações do Metrópoles*