O crime organizado e a infiltração de grupos criminosos na política têm sido motivo de preocupação no Brasil. Segundo especialistas, essa é uma das grandes ameaças das eleições municipais deste ano.
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Um levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), registrou, entre abril e junho deste ano, 128 casos de violência contra lideranças partidárias em todo o país. O número é mais que o dobro do trimestre anterior e 24% maior em comparação ao mesmo período de 2022, quando ocorreram as eleições federais e estaduais.
No início do mês, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro anunciou a alteração de 53 locais de votação em dez municípios fluminenses, por questões relativas à segurança, afetando mais de 170 mil eleitores.
Doutor em Ciências Policiais e Segurança Pública, Alan Fernandes, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, vê com preocupação a ação desses grupos, acusados de pressionar eleitores para que votem em determinado candidato ou mesmo deixem de comparecer às urnas.
Miguel Carnevale, pesquisador do Grupo de Investigação Eleitoral da UniRio, explica que essa atuação é ainda mais forte nas eleições municipais. Segundo o pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense, André Rodrigues, pesquisas apontam que os pleitos municipais são sempre mais violentos do que os demais.
No caso do Rio de Janeiro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública já estendeu o prazo de permanência de homens da Força Nacional de Segurança por 90 dias, o que inclui as datas de campanha e votação. Além disso, a Secretaria Estadual de Segurança informou que a Polícia Militar está fechando seu planejamento operacional para os dias de votação.