As imagens da unidade Petrobras foram divulgadas nas redes sociais neste sábado (21) por trabalhadores que estão em operações nas proximidades
Fotos da plataforma P-19 da Petrobras que estão circulando hoje (21) mostram a unidade inclinada — ou, no termo técnico, “adernado” — de forma acentuada, o que chamou a atenção de muitas pessoas, especialmente parentes e amigos que viram a postagem. A página Notícia Macaé foi uma das que compartilharam as imagens.
A Petrobras emitiu uma nota oficial: “Por volta das 12h deste sábado (21), durante uma manobra de estabilidade, ocorreu uma inclinação acidental da plataforma. A situação foi rapidamente normalizada e a P-19 encontra-se em condição segura, sem que houvesse danos às pessoas e ao meio ambiente”. No entanto, pessoas próximas informaram que todos os trabalhadores já foram evacuados, e apenas a equipe de lastro lidou com o adernamento, o que indicaria que o incidente operacional já está sob controle.
Em agosto deste ano, a mesma plataforma de petróleo sofreu com o rompimento de suas amarras.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), a Petrobras notificou o sindicato sobre um incidente ocorrido na plataforma P-19 em 10 de agosto. Naquela tarde, por volta das 16h, o Geplat relatou um balanço anormal da unidade. Uma inspeção revelou a falta de tensão nas amarras #5 e #7, levantando suspeitas de rompimento.
Essas suspeitas foram confirmadas, e a plataforma foi estabilizada com a ajuda de uma embarcação AHTS para evitar sobrecarga nas demais amarras. A Petrobras deu início ao processo de substituição das amarras rompidas e desembarcou 24 trabalhadores que não eram essenciais para as operações no momento.
A P-19 é uma plataforma flutuante de produção, equipada com 16 amarras, que foi construída e entrou em operação em 1988. Está localizada a 179 km da costa de Campos dos Goytacazes, no Campo de Marlim. A Petrobras já havia iniciado o processo de desativação da unidade, que está em fase de descomissionamento.
Em 16 de agosto de 1984, ocorreu um dos acidentes mais trágicos da história da Petrobras, na Plataforma Enchova, também localizada na Bacia de Campos. Esse evento, que causou a morte de 37 trabalhadores, tornou-se um marco importante em termos de segurança industrial no setor de petróleo e gás no Brasil.
O acidente na Plataforma Enchova foi causado por uma explosão de gás natural durante uma operação de rotina de perfuração, devido a um vazamento em um dos poços. A equipe tentou conter o vazamento, mas o gás rapidamente encontrou uma fonte de ignição, resultando em uma explosão devastadora.
Durante a evacuação, uma baleeira que transportava trabalhadores caiu no mar, causando a morte de 37 pessoas. Esse acidente levou a uma revisão dos protocolos de segurança das operações offshore da Petrobras e influenciou a regulamentação da indústria, destacando a importância de práticas mais rigorosas e equipamentos adequados para emergências.
A tragédia da Enchova permanece como um triste lembrete dos perigos inerentes às operações de petróleo e gás e das lições aprendidas em termos de segurança e proteção à vida humana no ambiente offshore.
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