A China tem investido na expansão de sua produção industrial e na criação de infraestrutura global através do projeto Nova Rota da Seda, iniciado em 2013. O objetivo é financiar e construir portos, ferrovias e estradas em diversos países.
Segundo o Center for Economics and Business Research (CEBR), a iniciativa pode aumentar o PIB global em até US$ 6,4 trilhões na próxima década. No entanto, no setor automotivo, o desafio se concentra na falta de navios adequados para transportar o volume excedente de veículos.
A BYD, uma das montadoras chinesas, realizou em maio a primeira operação de seu navio RoRo (Roll-on/Roll-off), o Explorer 01, no porto de Suape, em Pernambuco.
O navio, com capacidade para transportar até 7.117 veículos, permite o embarque e desembarque dos carros por meio de uma rampa, substituindo o uso de guindastes.
Durante a operação, os modelos King e Song Pro foram desembarcados e encaminhados para o pátio, sob a supervisão da Receita Federal.
O mercado de navios RoRo é restrito, com poucas embarcações disponíveis globalmente. Segundo estimativas, a construção de um novo navio leva entre 15 e 21 meses, sendo que muitos dos existentes estão vinculados a contratos de longo prazo com montadoras. Em 2023, o aluguel desses navios chegou a US$ 115.000 por dia, um aumento de 576% em relação a 2019.
A BYD encomendou a construção de oito navios RoRo, com investimento de aproximadamente US$ 64 milhões por unidade. O Explorer 01 é registrado na Libéria por questões fiscais e conta com uma tripulação majoritariamente búlgara. A embarcação deve operar regularmente nos portos de Suape (PE), Vila Velha (ES) e Itapoá (SC).
Questões de segurança também foram abordadas devido ao risco de incêndios em veículos elétricos, como o ocorrido no navio Felicity Ace em 2022.
Para mitigar esse risco, os navios RoRo agora contam com câmeras térmicas e tripulação preparada para conter incêndios com cobertores antichamas.
O Explorer 01 é movido a gás natural e tem um tanque de 3,2 milhões de litros. A BYD também considera o uso de propulsão híbrida em futuras embarcações e estuda a possibilidade de transportar cargas de outras empresas.
Além disso, há planos de adaptar as operações para que os navios retornem à China carregados com produtos como celulose, exportada por fábricas brasileiras.
Com informações da Quatro Rodas
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