X atende exigências de Moraes para retomar suas operações no Brasil, dizem advogados

A nova estratégia jurídica foi adotada após mudanças na equipe de defesa do X no Brasil / Getty Images

Advogados responsáveis pela defesa do X no Supremo Tribunal Federal (STF) informaram à CNN nesta quinta-feira (19) que a equipe jurídica de Elon Musk nos Estados Unidos foi convencida de que, para que a plataforma voltasse a operar no Brasil, seria necessário cumprir as decisões do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo essas fontes, Musk concordou com a medida, e os perfis que estavam sob ordem de bloqueio começaram a ser restringidos desde a noite de ontem.

X começa a cumprir determinações do STF e bloqueia perfis / Reprodução

Em um movimento adicional à Corte, também na noite de quarta-feira (18), o X apresentou uma petição ao STF, afirmando que o retorno da plataforma ao Brasil, ocorrido na quarta-feira, foi resultado de uma falha técnica e não intencional.

A nova estratégia jurídica foi adotada após mudanças na equipe de defesa do X no Brasil. O escritório Pinheiro Neto, que é um dos maiores do país e anteriormente defendia a empresa, havia se retirado do caso na semana passada. A causa foi repassada a uma nova advogada e, posteriormente, retornou ao Pinheiro Neto, que assinou a petição enviada na noite de quarta-feira.

X volta a funcionar no Brasil após manobra técnica; Anatel investiga o caso

Musk transforma o Twitter em palco para teorias conspiratórias, levantando dúvidas sobre a integridade das eleições nos EUA e restaurando vozes banidas / David Swanson / Reuters

Após o bloqueio do X (antigo Twitter) imposto pelas operadoras de telecomunicação no Brasil, a rede social voltou a funcionar para parte dos usuários no país. No entanto, essa reativação não ocorreu por meio de uma decisão judicial, mas sim devido a uma manobra técnica da plataforma, liderada por Elon Musk, que modificou o endereço de IP dos servidores do X, tornando o bloqueio anterior ineficaz.

O X, que até então utilizava a rede 104.244.40.0/21, pertencente à Twitter-Network, passou a operar na rede 162.158.0.0/15, que pertence à Cloudflare, uma empresa global de hospedagem e serviços de internet. Com essa mudança, o X conseguiu evitar o bloqueio, uma vez que as operadoras brasileiras focaram inicialmente em restringir o acesso ao IP associado à infraestrutura original do Twitter.

Cloudflare é responsável por cerca de 20% do tráfego global da internet, hospedando uma vasta gama de sites e serviços em suas redes. Isso significa que qualquer tentativa de bloqueio da Cloudflare afetaria não só o X, mas também milhares de outras empresas e plataformas que utilizam os serviços da empresa, incluindo muitas companhias brasileiras.

Especialistas em redes destacam que o X está utilizando várias redes diferentes da Cloudflare, o que torna o bloqueio ainda mais desafiador. “A Cloudflare é uma empresa crítica para a infraestrutura da internet. Bloquear os endereços IP associados a ela teria consequências amplas, prejudicando empresas e serviços em toda a economia digital brasileira”, aponta um especialista que pediu para não ser identificado.

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