As ações da Brava Energia (BRAV3) registraram as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (19), após a empresa anunciar que a previsão de retomada da produção no campo de “Papa Terra” foi adiada para o início de dezembro de 2024.
Segundo o Money Times, por volta das 11h30, os papéis apresentavam uma queda de 7,63%, sendo cotados a R$ 19,26.
Analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos esperavam uma retomada mais rápida das operações, o que explica a reação negativa do mercado.
“Por outro lado, a empresa agora forneceu uma expectativa clara de quando a produção será retomada, o que pode ajudar a ajustar as expectativas do mercado”, comentam.
De acordo com o comunicado divulgado pela Brava, após a parada programada que começou em 27 de julho, a produção foi retomada em 29 de agosto, atingindo uma estabilização de 15 mil barris por dia, distribuídos entre seis poços (PPT-12, PPT-16, PPT-17, PPT-22, PPT-37 e PPT50).
A pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Brava interrompeu novamente a produção em 4 de setembro para prestar esclarecimentos sobre a quantidade de trabalhadores a bordo e atividades de manutenção.
“Nesse cenário, a companhia decidiu antecipar itens de inspeção e manutenção planejados para os próximos meses, mantendo as operações paradas para maximizar a segurança operacional do ativo”, explicou a Brava.
Potencial de alta da Brava Energia, segundo o Safra
Formada a partir da fusão entre 3R e Enauta, a Brava ainda não teve um bom desempenho na bolsa. Desde sua estreia, as ações acumularam queda de 12%, impactadas por um cenário de petróleo fraco e notícias negativas, como a paralisação do campo “Papa Terra”.
Entretanto, para investidores pacientes, há potencial de uma valorização de 84% nas ações, de acordo com o Safra. O banco recomenda a compra das ações, com um preço-alvo de R$ 35, conforme relatório divulgado na terça-feira (17).
O Safra atualizou suas projeções para a empresa. Segundo o analista Conrado Vegner, as ações da Brava estão sendo negociadas a um múltiplo muito atrativo de 2 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) para 2025.
Ainda de acordo com o analista, a empresa está prestes a se tornar um importante player independente no setor de petróleo e gás da América Latina.
“Com um portfólio diversificado e 500 milhões de boe de reservas comprovadas, esperamos que a produção da Brava ultrapasse os 110 mil boed nos próximos anos, o que deverá impulsionar seu fluxo de caixa livre”, afirma Vegner.
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