Em 6 de outubro, candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, num total de mais de 461,7 mil, disputarão eleições em 5.569 municípios brasileiros, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Este ano marca um avanço significativo na participação indígena, com 2.479 candidaturas registradas, das quais 1.966 declararam sua etnia, representando 176 diferentes etnias.
O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em colaboração com o coletivo Common Data, analisou essas candidaturas no estudo “Perfil do Poder – Eleições 2024”.
O estudo aponta que Roraima possui a maior proporção de candidatos indígenas, com 7,10% do total de candidatos no estado. Em comparação, em 2020, Roraima já liderava com 7,95% de candidatos indígenas.
O relatório do Inesc revela que, apesar do aumento no número de candidaturas indígenas, a representação dessas comunidades nos cargos executivos continua sendo um desafio.
A assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, enfatiza que os eleitos enfrentam racismo e violência política de gênero, o que complica suas tentativas de propor políticas públicas e legislações para proteger seus povos e territórios.
Em termos de distribuição política, 41,87% dos candidatos indígenas estão afiliados a partidos de direita, enquanto 40,42% estão em partidos de esquerda, e 17,71% são de centro, refletindo uma diversidade de perspectivas políticas dentro das comunidades indígenas.
Zigoni critica a falta de clareza nas diretrizes programáticas dos partidos, o que leva a um predomínio das dinâmicas políticas locais sobre a polarização observada nas eleições nacionais.
O estudo também destaca a complexidade da representação política indígena, mostrando que os indígenas eleitos precisam navegar entre a defesa dos direitos ambientais e as políticas de desenvolvimentismo que podem contrariar os interesses das comunidades indígenas.
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