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Sem disputa: por que 214 cidades terão apenas um candidato a prefeito?

Faltam pouco mais de duas semanas para as eleições municipais e 214 cidades brasileiras não vão passar pela disputa política entre adversários. Isso porque elas têm somente um candidato ou candidata. É o que mostra um levantamento da CNM, a Confederação Nacional de Municípios, com base nas candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral.   A corte […]

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E para ser considerado eleito, basta um único voto válido, o que não leva em conta os brancos e nulos / © José Cruz / Agência Brasil

Faltam pouco mais de duas semanas para as eleições municipais e 214 cidades brasileiras não vão passar pela disputa política entre adversários. Isso porque elas têm somente um candidato ou candidata. É o que mostra um levantamento da CNM, a Confederação Nacional de Municípios, com base nas candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral.  

A corte eleitoral tem mais de 15 mil candidatos registrados, para todo o país, o menor número desde os últimos 20 anos. Para a CNM, isso mostra uma possível queda na procura pelo cargo de prefeito, o que pode explicar os 214 municípios com apenas um candidato. 

O Cientista Político da Universidade de Brasília, Robson Carvalho, lamenta que essas cidades tenham apenas uma opção e atribui isso a uma série de fatores. Para ele, as candidaturas únicas são um dos sintomas do que ele chama de “crise da democracia”.   

No entanto, para o advogado especialista em Direito Eleitoral, Alberto Rollo, ter uma única opção para a prefeitura não é, necessariamente, sinal de uma democracia fragilizada. Para ele, pode ser resultado de um bom trabalho, e sinal de que outra pessoa não se vê na condição de fazer tão bem.   

Entre os candidatos únicos, a maior parte é de homens, brancos, casados, com menor grau de escolaridade e mais novos. E para ser considerado eleito, basta um único voto válido, o que não leva em conta os brancos e nulos.  

O Cientista Político Robson Carvalho defende a participação das pessoas em corridas eleitorais. Para ele, “a participação política é o oxigênio da democracia”. 

O levantamento da CNM identificou, ainda, que quanto maior a população da cidade, maior a quantidade de candidatos. Por outro lado, a média da população das cidades com um candidato só é de 6,7 mil pessoas. Um exemplo é Borá, no interior de São Paulo, que tem um único candidato e somente 907 habitantes.  

O estado com o maior número de candidaturas únicas é o Rio Grande do Sul, com 61% do total do país; seguido de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Já nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo e Roraima, todas as cidades têm mais de uma chapa concorrendo para as prefeituras. E mais: 72% dos candidatos únicos estão em busca da reeleição.  

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