A Turquia está se consolidando como um Estado soberano, cada vez mais distante da influência dos Estados Unidos, e sua entrada no BRICS parece inevitável, segundo o especialista econômico Mustafa Recep Ercin.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Ercin destacou o papel crescente de Ancara no cenário geopolítico e as implicações de sua possível adesão ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“A Turquia não é uma colônia norte-americana. Somos um Estado independente e, mais cedo ou mais tarde, faremos parte do BRICS”, afirmou Ercin, ressaltando a busca da Turquia por novas parcerias globais e a diversificação de suas alianças econômicas, afastando-se da dependência da OTAN e da União Europeia.
Yuri Ushakov, assessor presidencial russo, confirmou que a Turquia já formalizou seu pedido de adesão ao BRICS. Segundo Ercin, essa movimentação representa um desafio para a comunidade atlântica, especialmente para os Estados Unidos, em um contexto de tensões geopolíticas e comerciais entre Ancara e Washington.
A possível entrada da Turquia no BRICS pode impactar ainda mais as relações com os EUA, que já enfrentam dificuldades devido a divergências em relação à política síria. Ercin alertou que a nova ordem mundial é multipolar, e que os EUA precisam flexibilizar sua postura para evitar uma ruptura definitiva com a Turquia.
A insatisfação de Ancara com o apoio dos EUA a grupos no norte da Síria tem contribuído para sua busca por alternativas fora do eixo ocidental. Ercin afirmou que a Turquia seguirá seu próprio caminho e que a adesão ao BRICS será uma consequência natural de suas escolhas políticas e econômicas.
Com a recente entrada de novos membros, como Egito, Irã e Arábia Saudita, o prestígio do BRICS está em crescimento. A adesão da Turquia pode fortalecer ainda mais o bloco e sua posição no cenário global multipolar.
Com informações da Sputnik