A mais recente pesquisa FT-Michigan Ross revela que a vice-presidente Harris está à frente de Trump.
Kamala Harris solidificou sua posição de liderança nas pesquisas em comparação com Donald Trump em questões econômicas, especialmente entre os eleitores que acompanharam o debate presidencial da semana passada, conforme a primeira grande pesquisa focada em economia desde o evento televisionado.
Pelo segundo mês consecutivo, o levantamento FT-Michigan Ross revelou que Harris mantém uma pequena vantagem sobre Trump na administração da economia. Cerca de 44% dos eleitores registrados afirmaram confiar mais na vice-presidente democrata para lidar com o setor econômico, enquanto 42% apoiam o ex-presidente republicano. No mês anterior, Harris já liderava por 42% contra 41%.
Harris se saiu ainda melhor entre os que assistiram ao debate presidencial da terça-feira, que teve cerca de 67 milhões de espectadores, segundo a Nielsen. Dos eleitores que disseram ter visto parte ou todo o debate, 48% confiavam mais em Harris para gerenciar a economia, enquanto 42% preferiam Trump. Entre os que não assistiram, Trump liderou, com 41% de apoio, em contraste com 35% para Harris. A pesquisa foi realizada nos dois dias seguintes ao debate.
Esses resultados surgem às vésperas de uma possível redução das taxas de juros pelo Federal Reserve, um indicativo de que o banco central acredita que o período de alta inflação está sendo superado, permitindo a redução dos custos de empréstimos.
A pesquisa mostrou também que Harris é considerada mais confiável em questões econômicas do que o presidente Joe Biden. Desde que o Financial Times e a Ross School of Business da Universidade de Michigan começaram a realizar pesquisas focadas na economia, Biden nunca superou Trump em confiança dos eleitores para administrar a economia. A confiança em Harris, com 44% de apoio, representa uma melhoria de oito pontos em relação a Biden.
Os dados sugerem que Harris está conseguindo se distanciar de Biden, que enfrenta uma baixa popularidade, mesmo sem apresentar uma agenda econômica significativamente diferente da de seu chefe. Apesar dos desafios de Biden com a inflação, Harris tem uma leve vantagem sobre Trump na questão da redução dos custos de itens essenciais como alimentos e combustíveis, com 44% contra 43%. Ela também é considerada mais apta para ajudar os desempregados a encontrar emprego, com uma margem de 44% a 42%.
Os eleitores também acreditam que Harris representa melhor os interesses da classe média (49% contra 36%), das pequenas empresas (48% contra 37%), dos membros de sindicatos (45% contra 35%) e dos trabalhadores braçais (43% contra 36%). Trump, por outro lado, é visto como mais alinhado aos interesses de grandes corporações (64% contra 20%) e dos ricos (67% contra 19%).
Segundo Erik Gordon, professor da Ross School of Business, os eleitores sentem que Harris representa melhor “pessoas como eles”, o que é crucial, já que tendem a votar no candidato que consideram mais capaz de defender seus interesses. No quesito “quem melhor representa pessoas como você”, 47% escolheram Harris, enquanto 37% optaram por Trump.
Apesar das vantagens de Harris, uma parcela dos eleitores ainda acredita que estaria financeiramente melhor com Trump na presidência. Cerca de 40% afirmaram que sua situação financeira melhoraria sob a administração de Trump, enquanto apenas 35% disseram o mesmo sobre Harris.
Com menos de dois meses até a eleição, a disputa pela Casa Branca permanece acirrada. O rastreador de pesquisas do FT indica que Harris tem uma vantagem de 2,2 pontos sobre Trump nacionalmente, mas a corrida permanece muito apertada nos sete estados decisivos que provavelmente determinarão o resultado.
Essa pesquisa, no entanto, pode ser vista como um impulso para a campanha de Harris, já que os democratas historicamente têm dificuldades em convencer os eleitores de que são melhores gestores da economia do que os republicanos. Ainda assim, Harris enfrenta desafios, como mostrado em uma recente entrevista onde foi criticada pelos republicanos por não detalhar claramente seus planos econômicos.
Nos últimos meses, Harris tem tentado se distanciar politicamente de Biden, que continua impopular. Apenas 17% dos entrevistados disseram estar financeiramente melhores sob sua administração, enquanto 53% afirmaram estar em pior situação.
A pesquisa FT-Michigan Ross foi conduzida online pelos estrategistas democratas do Global Strategy Group e pela empresa de pesquisa republicana North Star Opinion Research entre os dias 11 e 12 de setembro, com a participação de 1.002 eleitores registrados e uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais.