Polícia Federal explica bloqueio do X e defende ação de Moraes contra ameaças

Desde o final de agosto, a rede social X permanece suspensa no país / Foto: Agência Brasil

Rodrigues detalhou que a suspensão da plataforma ocorreu após o X ignorar ordens judiciais, mesmo diante de ameaças à família de um delegado envolvido em investigações contra aliados de Bolsonaro.

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), defendeu publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma reunião com empresários na última quinta-feira (12), em São Paulo. No encontro, Rodrigues explicou os motivos que levaram à suspensão da rede social X no Brasil, uma decisão de Moraes após a plataforma desobedecer repetidamente ordens judiciais. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Rodrigues detalhou que a suspensão foi motivada por um post feito pelo senador Marcos do Val no X, em que ele compartilhou fotos da esposa e da filha de 5 anos de um delegado envolvido em sua investigação. A legenda da postagem dizia “Procura-se vivo ou morto”, provocando uma série de comentários ameaçadores. “Imaginem, uma criança de 5 anos envolvida nisso. O que gerou comentários na linha: ‘morto vale quanto?’”, relatou o diretor, destacando o impacto psicológico sobre a família do delegado.

Rodrigues também mencionou que a Polícia Federal pediu à rede social para remover a publicação, mas o X ignorou o pedido. “O X ignorou solenemente a determinação de Moraes e continuou desobedecendo, mesmo quando foi aplicada uma multa diária de R$ 50 mil”, afirmou. O diretor ainda destacou que a plataforma ameaçou encerrar suas operações no Brasil, complicando o cumprimento das ordens judiciais.

Como medida extrema, Moraes decidiu bloquear temporariamente o X no Brasil. “O que vocês fariam no lugar de Moraes ou do delegado ameaçado?”, questionou Rodrigues aos empresários, recebendo reações de indignação. Ele enfatizou que o bloqueio foi a única solução diante da contínua desobediência da plataforma.

O delegado em questão faz parte da equipe que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, e as ameaças contra ele estão sendo alvo de outra investigação. Foi no contexto dessas ameaças que Moraes determinou a suspensão do X no início de agosto.

A suspensão foi intensificada após uma decisão anterior, que previa até a prisão da representante da plataforma no Brasil, caso as ordens de remoção de perfis não fossem cumpridas. Desde o final de agosto, a rede social X permanece suspensa no país.

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