O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, instou a União Europeia a reconsiderar as tarifas de importação propostas para veículos elétricos fabricados na China.
Durante um evento em Kunshan, China, Sánchez expressou sua preocupação sobre o impacto que uma guerra comercial poderia ter sobre a indústria espanhola e a economia europeia em geral.
“Tenho que ser franco, temos que reconsiderar nossa posição, todos nós. Não apenas os Estados membros, mas também a Comissão (Europeia)”, declarou Sánchez. Ele também enfatizou a necessidade de evitar conflitos comerciais e promover a cooperação.
“Não precisamos de outra guerra, neste caso, uma guerra comercial. Acho que precisamos construir pontes entre a União Europeia e a China e, na Espanha, seremos construtivos e tentaremos encontrar um compromisso entre a China e a Comissão Europeia.”
A Comissão Europeia ainda não respondeu aos comentários. O presidente chinês, Xi Jinping, também se envolveu, solicitando que a Espanha desempenhe um papel construtivo na melhoria das relações entre a China e a UE.
A revisão das tarifas é particularmente sensível, pois a UE planeja votar em outubro sobre a imposição de taxas adicionais de até 36,3% sobre os veículos elétricos chineses.
A China já respondeu iniciando investigações antidumping sobre as importações de carne suína e laticínios europeus, produtos significativos para países como a Espanha, que é um grande exportador de carne suína para a China.
Em resposta à tensão crescente, outras nações da UE, como a Itália, expressaram esperança de alcançar uma solução negociada, conforme destacado pelo ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso.
“Eles estão discutindo isso em Genebra no momento”, comentou Urso, referindo-se a uma disputa formal que a China iniciou na Organização Mundial do Comércio.
Além disso, os fabricantes de automóveis chineses pressionam por tarifas retaliatórias sobre carros europeus a gasolina, o que destaca a complexidade e a escalada potencial deste conflito comercial.
Com informações da Reuters