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Nunes descola de Marçal e cresce entre eleitores de Tarcísio, consolidando força em São Paulo

Pesquisa Datafolha reforça avanço de Ricardo Nunes entre eleitores bolsonaristas e de baixa renda, enquanto Boulos enfrenta desafios para ampliar seu eleitorado. Pablo Marçal registra aumento de rejeição e perda de fôlego entre jovens.

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Pesquisa Datafolha reforça avanço de Ricardo Nunes entre eleitores bolsonaristas e de baixa renda, enquanto Boulos enfrenta desafios para ampliar seu eleitorado. Pablo Marçal registra aumento de rejeição e perda de fôlego entre jovens.


A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (12), aponta uma mudança significativa no cenário eleitoral da cidade de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) subiu de 22% para 27% das intenções de voto, consolidando-se à frente de Guilherme Boulos (PSOL), que oscilou positivamente de 23% para 25%. Pablo Marçal (PRTB), que havia empatado com ambos em levantamentos anteriores, recuou de 22% para 19%, saindo da disputa direta pelo primeiro turno.

O dado que mais chama atenção é a força de Nunes entre os eleitores de menor renda. Segundo o levantamento, ele tem 27% das intenções de voto entre os mais pobres, enquanto Boulos fica com 21% e Marçal com 13%. Esse cenário destaca o crescimento de Nunes entre as classes populares, impulsionado pela sua propaganda focada em obras e melhorias urbanas nas periferias, enquanto Boulos enfrenta dificuldades para ampliar sua base eleitoral nesse segmento.

Esse descolamento de Nunes e Boulos em relação a Marçal, apontado tanto pela Datafolha quanto pela pesquisa Quaest divulgada um dia antes, reflete uma estratégia bem-sucedida do atual prefeito, que tem se beneficiado do tempo de TV e de rádio. A propaganda eleitoral gratuita, muitas vezes subestimada, tem mostrado seu poder ao ajudar Nunes a ampliar sua base de apoio entre eleitores de baixa renda e mais conservadores.

Crescimento de Nunes entre eleitores de Bolsonaro e Tarcísio

O levantamento revela que Nunes tem conseguido atrair uma parcela significativa do eleitorado bolsonarista. Entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, Nunes subiu de 31% para 39%, enquanto Marçal, que antes capturava 48% desse eleitorado, agora conta com 42%. Esse movimento reflete uma mudança no comportamento dos eleitores bolsonaristas, que parecem reconhecer Nunes como o candidato oficial apoiado por Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, cuja imagem está fortemente associada à campanha do prefeito.

Nos eleitores que apoiaram Tarcísio em 2022, o movimento é ainda mais expressivo: Nunes saltou de 30% para 42%, enquanto Marçal caiu de 45% para 36%. A presença massiva de Tarcísio na propaganda de Nunes, principalmente em rádios, tem sido apontada como uma das principais razões para essa migração de votos.

A rejeição de Marçal e seu impacto entre os jovens

Pablo Marçal, que anteriormente havia se destacado como um fenômeno entre os jovens, começa a enfrentar um aumento de rejeição. A pesquisa Datafolha mostra que sua rejeição cresceu de 38% para 44%, um número que também foi identificado na pesquisa Quaest. Esse aumento reflete o desgaste de sua candidatura, que enfrenta críticas constantes tanto de opositores quanto de setores mais conservadores, como os apoiadores de Bolsonaro.

Apesar de Marçal manter uma retórica de prosperidade, prometendo riqueza e oportunidades para os jovens, o crescimento de sua rejeição e o recuo em intenções de voto mostram que seu discurso começa a perder tração. Entre os eleitores mais jovens, que antes apoiavam Guilherme Boulos, Marçal havia ganhado força, mas essa vantagem começa a diminuir à medida que sua campanha encontra resistências.

O desafio de Boulos em ampliar seu eleitorado

Guilherme Boulos, por sua vez, enfrenta dificuldades para romper o teto de seu eleitorado tradicional. Embora tenha forte apoio no eleitorado de esquerda e entre eleitores mais jovens, ele ainda não conseguiu avançar significativamente entre eleitores de baixa renda e os mais conservadores. Segundo a pesquisa, Boulos segue com 25% das intenções de voto, o que o mantém tecnicamente empatado com Nunes, mas ainda distante de uma vitória confortável no primeiro turno.

Um dos maiores desafios para a campanha de Boulos é sua imagem, frequentemente associada à ocupação de imóveis e a pautas identitárias. Apesar dos esforços da campanha, incluindo o apoio de Marta Suplicy na propaganda eleitoral para suavizar essa imagem, o candidato ainda encontra resistência em segmentos mais amplos da população, especialmente fora do centro expandido da cidade.

O papel de Lula também é crucial para o futuro da candidatura de Boulos. A transferência de votos do ex-presidente será determinante para que o candidato do PSOL amplie sua base eleitoral. No entanto, a pesquisa mostra que, entre os eleitores de Lula em 2022, apenas 19% afirmam que votarão em Nunes, o que demonstra uma estagnação nesse grupo.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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