Rachele Mussolini, neta do ditador italiano Benito Mussolini, anunciou nesta quinta-feira (12) que está deixando o partido Irmãos da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, por considerar que o partido se posiciona de forma muito conservadora. Essa decisão veio após Rachele questionar recentemente a posição da legenda em relação aos direitos das minorias.
Vereadora em Roma, Rachele foi a candidata mais votada nas últimas eleições municipais de 2021 na cidade. Agora, ela se junta ao grupo mais centrista Forza Italia, também parte da coalizão governista de Meloni. “É o momento de virar a página e me unir a um partido que sinto estar mais alinhado com minhas sensibilidades moderadas e centristas”, afirmou Rachele, de 50 anos, à agência de notícias ANSA, confirmando as informações previamente publicadas pela imprensa.
Os Irmãos da Itália têm suas raízes no Movimento Social Italiano (MSI), um partido que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e é amplamente visto como herdeiro do fascismo de Benito Mussolini. Desde que assumiu o cargo de primeira-ministra em 2022, Giorgia Meloni tem tentado posicionar o partido como uma força conservadora convencional.
No entanto, críticos argumentam que a mudança é apenas superficial, apontando para as políticas rigorosas da legenda em temas como imigração, aborto e parentalidade entre pessoas do mesmo sexo, além das iniciativas para endurecer as penalidades relacionadas à prática de barriga de aluguel.
A Forza Italia, embora também se apresente como defensora dos valores cristãos tradicionais, é percebida como mais liberal em relação aos direitos civis. Uma fonte política afirmou à Reuters que questões relacionadas aos direitos civis desempenharam um papel crucial na decisão de Rachele Mussolini de mudar de partido.
No mês anterior, Rachele teve um desentendimento com Meloni a respeito da questão de gênero envolvendo Imane Khelif, uma boxeadora argelina que enfrentou a italiana Angela Carini nos Jogos Olímpicos.
Após Carini desistir da luta contra Khelif, que posteriormente ganhou a medalha de ouro, Meloni afirmou que o confronto não havia sido justo, pois Khelif não passou no teste de elegibilidade de gênero no Campeonato Mundial do ano anterior.
Rachele, por outro lado, saiu em defesa de Khelif, declarando: “Até que se prove o contrário, Imane Khelif é uma mulher. E ela foi alvo de uma caça às bruxas injusta.”
Esses lançamentos, junto com as declarações públicas, marcam uma ruptura importante dentro do campo político italiano.
Com informações de Agências de Notícias.