Dados recentes do Copernicus, o programa de observação da Terra da União Europeia, revelam que o Sudoeste da Amazônia liderou a emissão de gases de efeito estufa nos últimos cinco dias, tornando-se a região com maior liberação desses gases no planeta.
Lucas Ferrante, doutor em biologia e pesquisador da USP e da Universidade Federal do Amazonas, baseou essa conclusão no volume de aerossóis e monóxido de carbono detectados na área.
“A região se tornou a maior emissora de gases de efeito estufa devido ao avanço do desmatamento e às queimadas”, explicou ao jornal O Globo.
O avanço do desmatamento e das queimadas na região são apontados como as principais causas para esse aumento. Ferrante, que estuda os impactos da atividade humana na Amazônia há mais de dez anos, enfatiza a gravidade da situação.
A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Camila Silva, e Gustavo Inácio Moraes, professor de Economia na PUC-RS e especialista em efeitos climáticos, discutem as implicações globais dessas emissões.
“Os gases liberados contribuem para o aquecimento global, que aumenta os níveis do mar, altera o clima. Além disso, espécies de fauna e flora desaparecem”, explicou Silva.
Já Moraes observa que, apesar de atualmente os dados refletirem uma temporada sazonal de queimadas, uma continuidade dessas condições por vários meses poderia indicar uma tendência mais preocupante. “Poderia criar uma tendência mais alarmante”, alerta.
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