Governo foi responsável por êxito para impedir votação de anistia a golpistas na CCJ

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados Agência Câmara de Notícias

Projeto de Lei que perdoaria os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro é barrado na Comissão de Constituição e Justiça, após intensa articulação da base governista para impedir avanço da pauta. Votação foi adiada para outubro.


A articulação política do governo foi fundamental para impedir que o Projeto de Lei da anistia, que visava perdoar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, fosse votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Fontes na articulação política do governo detalharam como, ao perceber o risco de a proposta avançar, intensificaram os esforços para obstruir a votação, fazendo ajustes na composição dos membros da CCJ e explorando a divisão interna da oposição.

Conforme informações apuradas nas conversas, a articulação envolveu monitorar de perto a movimentação das bancadas da CCJ e ajustar a estratégia à medida que a disputa sucessória na Câmara esquentava. A oposição, liderada por aliados de Jair Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia, tentou articular a votação do projeto, mas enfrentou resistência significativa da base governista. O governo conseguiu unificar seus apoiadores e obstruir a votação, criando um cenário desfavorável para a oposição, que esperava ter os votos necessários para aprovar a anistia, mas acabou recuando ao perceber que não teria sucesso.

A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), afirmou que o adiamento foi uma manobra estratégica para evitar a exploração política do tema. A nova data prevista para a votação seria outubro, após o primeiro turno das eleições municipais, dando mais tempo para negociações internas entre as bancadas. No entanto, nos bastidores, a percepção era de que o governo havia obtido uma vitória importante ao conseguir, com agilidade, desarticular os esforços da oposição em um momento crucial.

A movimentação no plenário também refletiu uma divisão entre os próprios membros da oposição. Deputados como Arthur Maia (União-BA) expressaram publicamente suas dúvidas sobre a constitucionalidade do PL, indicando que nem todos estavam dispostos a seguir cegamente a liderança bolsonarista nesse ponto. O projeto ainda pode voltar à pauta em outubro, mas a articulação do governo demonstrou que está preparado para continuar impedindo que ele avance, utilizando todas as ferramentas regimentais disponíveis.

No geral, o governo conseguiu adiar a votação do PL da anistia com sucesso, mostrando mais uma vez sua capacidade de articulação dentro da CCJ, especialmente em um momento sensível de recomposição de forças políticas no Congresso.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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