Cícero Lucena é acusado de ligações com tráfico e intimidação de adversários em João Pessoa

Os candidatos à prefeitura de João Pessoa denunciaram uma grave situação de violência e intimidação política envolvendo o atual prefeito e candidato à reeleição, Cícero Lucena (PP). Eles afirmam que facções criminosas, como a Nova Okaida, estão controlando comunidades da cidade e coagindo eleitores a apoiarem Lucena. Ruy Carneiro (Podemos) e Luciano Cartaxo (PT) acusam o crime organizado de interferir diretamente no pleito, impedindo a liberdade de escolha dos eleitores.

A Polícia Federal está investigando o caso. Nesta terça-feira (10), foi realizada a Operação Território Livre, que cumpriu três mandados de busca e apreensão, entre eles contra a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), aliada do prefeito. Segundo a PF, a facção Nova Okaida estaria coagindo eleitores a votarem em Cícero Lucena. Durante a operação, foram apreendidos R$ 35 mil em dinheiro vivo e documentos com dados pessoais de diversas pessoas, além de contracheques de funcionários da prefeitura. Os investigados estariam exercendo influência no pleito eleitoral, praticando coação de eleitores e outros crimes que ainda estão sendo apurados.

Ruy Carneiro relatou que uma menina cadeirante de 9 anos foi impedida de gravar para o guia eleitoral por ordem de um traficante. “Eles disseram que, se fosse para o Ruy, iam tirar a família da casa”, afirmou o candidato. Além disso, no primeiro dia de campanha, Ruy já havia denunciado ameaças feitas pela facção Nova Okaida, que ordenou o cancelamento de um evento em um circo no bairro do Cristo.

Luciano Cartaxo também reforçou a gravidade da situação, afirmando que o crime organizado está afetando o direito básico dos cidadãos de receberem candidatos e promoverem reuniões. “A relação de crime organizado e prefeitura é gravíssima, precisamos garantir o direito de ir e vir nas comunidades populares da cidade”, declarou Cartaxo, ressaltando a necessidade de segurança para os eleitores. Sua candidata a vice, Amanda Rodrigues (PT), também criticou a situação e, em comentário exclusivo ao portal O CAFEZINHO, afirmou: “É desgastante um processo eleitoral viciado. É de público conhecimento o que acontece hoje na cidade de João Pessoa, com relação ao envolvimento da prefeitura com facções criminosas. Apuração e responsabilização imediatas são extremamente importantes para um processo eleitoral limpo”.

O candidato Marcelo Queiroga se uniu às denúncias, afirmando que eleitores estão com medo de colocar adesivos dos candidatos em seus carros por temerem retaliação. “Estamos vendo surgir um estado de narcocriminosos”, afirmou Queiroga, destacando que, apesar de serem adversários políticos, os candidatos se uniram para garantir eleições limpas e seguras.

Cícero Lucena, por sua vez, negou as acusações e defendeu a autonomia da Justiça Eleitoral para decidir sobre o envio de tropas federais para garantir a segurança no pleito. “Mais uma vez nossos adversários tentam manchar minha imagem e, pior, a imagem da nossa cidade. João Pessoa é morada de um povo pacífico e ordeiro, onde todas as eleições sempre foram tranquilas”, afirmou Lucena.

De acordo com a pesquisa Quaest/TV Cabo Branco divulgada no último dia 27, Cícero Lucena lidera com 53% das intenções de voto e pode vencer no primeiro turno. Luciano Cartaxo (12%), Ruy Carneiro (11%) e Marcelo Queiroga (7%) aparecem em seguida na corrida eleitoral.

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