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Atlas reforça estagnação de Guilherme Boulos na corrida pela Prefeitura de São Paulo

Enquanto Boulos não consegue ampliar sua base, Ricardo Nunes segue competitivo, mesmo com alta desaprovação.

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Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Fotos: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e Rovena Rosa/Agência Brasil

Enquanto Boulos não consegue ampliar sua base, Ricardo Nunes segue competitivo, mesmo com alta desaprovação.


A pesquisa Atlas realizada entre os dias 5 e 10 de setembro de 2024 trouxe um cenário desafiador para Guilherme Boulos. Desde a última sondagem, feita em 20 de agosto, o candidato do PSOL não conseguiu aumentar seu eleitorado, permanecendo com 28% das intenções de voto. A coleta de dados atual já reflete um período em que o crescimento de outros candidatos, como Pablo Marçal, se estabilizou, com ele agora atingindo 24%, enquanto Ricardo Nunes aparece com 20%.

Essa pesquisa captura um momento importante na corrida, já que as movimentações dos principais candidatos se estabilizam. Embora Boulos continue liderando em segmentos como os eleitores de 25 a 34 anos (35,7%), ele ainda encontra dificuldades para ampliar sua presença entre eleitores de menor renda e escolaridade, nichos onde sua penetração é fundamental para avançar.

Segmentação demográfica aponta limitações de Boulos

Boulos tem um bom desempenho entre eleitores de renda média alta, acima de R$ 5 mil mensais, onde atinge 34% de apoio. Entretanto, entre aqueles que ganham até R$ 2 mil, ele fica com 31% das intenções de voto, mas enfrenta concorrência. Outro ponto crucial é o domínio de Ricardo Nunes entre os beneficiários do Bolsa Família, com 30% de apoio, enquanto Boulos tem apenas 15%. Essa dificuldade em penetrar nas camadas mais populares e periféricas da cidade é um dos principais desafios de sua campanha.

Entre eleitores com ensino superior, Boulos tem seu melhor desempenho, capturando 39,8% das intenções de voto. No entanto, isso reflete uma faixa menor do eleitorado, enquanto ele perde espaço entre eleitores com ensino médio e fundamental, um sinal de que sua base de apoio está concentrada em nichos específicos e precisa ser ampliada.

Rejeição de Boulos é similar à de Bolsonaro

Outro dado crítico para a campanha de Boulos é sua rejeição. 59% dos eleitores têm uma imagem negativa dele, um número similar ao de Jair Bolsonaro, que tem 60% de rejeição. Isso é particularmente preocupante em uma cidade que votou majoritariamente em Lula nas eleições de 2022, sugerindo que Boulos está enfrentando dificuldades para ampliar seu apelo entre os eleitores conservadores e de baixa renda.

Enquanto Pablo Marçal tem conseguido reduzir sua rejeição para 52%, posicionando-se como uma alternativa mais moderada, Boulos segue com uma rejeição alta que compromete sua capacidade de crescimento.

Cenários de segundo turno reforçam a estagnação

A pesquisa também analisou cenários de segundo turno e, mais uma vez, Boulos encontra limitações. Contra Ricardo Nunes, ele seria derrotado por 45% a 38%. Mesmo contra Pablo Marçal, sua vantagem é estreita, com 44% contra 43%, mostrando pouca mobilidade em ambos os cenários. A dificuldade em expandir sua base eleitoral pode ser um dos principais obstáculos de Boulos para garantir sua ida ao segundo turno e, eventualmente, vencer a disputa.

Recomendações para a campanha de Boulos

Para vencer essas barreiras, Boulos precisa ampliar seu alcance e reforçar sua presença em áreas ainda pouco exploradas por sua campanha. O uso mais intenso de figuras políticas consolidadas, como Marta Suplicy, pode ser uma estratégia eficaz para se aproximar de eleitores mais velhos e da periferia, onde ele ainda encontra resistência. Marta é uma figura bem aprovada em várias regiões da cidade, e seu apoio pode trazer maior credibilidade à campanha de Boulos, ajudando a mitigar a imagem de inexperiência que ainda persiste em alguns setores do eleitorado.

Desafios e oportunidades para Ricardo Nunes

Ricardo Nunes, embora com 58% de desaprovação, mantém competitividade e possui uma base sólida entre eleitores de menor renda, especialmente beneficiários do Bolsa Família. Para aumentar suas chances, ele precisará reforçar sua credibilidade administrativa, destacando melhorias em áreas como transporte, segurança e infraestrutura. A criação de cases de sucesso que mostrem como suas políticas impactaram positivamente a vida dos cidadãos pode ser uma ferramenta eficaz de comunicação.

Além disso, Nunes tem a oportunidade de explorar nichos ainda não capturados, como eleitores das classes média e alta e das periferias, com uma comunicação mais segmentada e baseada em resultados concretos. O apoio de lideranças locais e religiosas também pode ser decisivo para ampliar seu alcance em áreas onde sua aprovação é mais fraca.

Ao contrastar sua experiência administrativa com a dos adversários, Nunes pode reforçar o discurso de estabilidade, atraindo eleitores indecisos que priorizam a continuidade em vez de mudanças abruptas.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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João Ferreira Bastos

12/09/2024 - 12h44

O PT está sentado numa cadeira de rodinhas, usando sapatinho de cromo alemão e numa sala refrigerada

Vai perder em SP e o LULA não será reeleito


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