Nesta terça-feira, 10 de setembro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou as comunidades de Manaquiri e Campo Novo, no Amazonas, como parte de uma agenda voltada ao enfrentamento da severa seca que atinge a região. Após as visitas, Lula seguirá para Manaus, onde participa de um encontro com prefeitos dos municípios amazonenses afetados pela estiagem. Durante o evento, que ocorrerá na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o presidente anunciará uma série de medidas de combate à seca.
Entre as ações previstas, estão os editais para quatro obras de dragagem de manutenção nos rios Amazonas e Solimões, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Essas obras terão um investimento total de R$ 500 milhões ao longo dos próximos cinco anos e serão fundamentais para garantir a navegabilidade e o escoamento de insumos na região, mitigando os impactos da seca, considerada a mais severa dos últimos 45 anos.
As dragagens serão realizadas em trechos críticos dos rios, como Manaus-Itacoatiara, Coari-Codajás, Benjamin Constant-Tabatinga e Benjamin Constant-São Paulo de Olivença. O objetivo dessas obras é restabelecer a profundidade mínima necessária para a segurança da navegação, removendo sedimentos acumulados. Além disso, serão instaladas sinalizações náuticas para orientar os navegantes e evitar acidentes durante o período de estiagem.
Outras ações também serão anunciadas para enfrentar a seca e seus impactos na região amazônica. Entre elas, estão intervenções no Rio Madeira, incluindo dragagens nos trechos entre Porto Velho (RO) e Manicoré (AM) e a travessia da BR-230 em Humaitá. Também haverá obras de dragagem no Rio Tapajós, com foco nos trechos entre Itaituba (PA) e Santarém (PA).
A seca atual não só afeta a navegabilidade, como também agrava a temporada de incêndios na Amazônia, intensificada pelas mudanças climáticas. O governo federal já reconheceu a situação de emergência em 61 dos 62 municípios do Amazonas, liberando R$ 88 milhões para assistência humanitária e medidas de reconstrução.
Espera-se que o anúncio de Lula destaque o compromisso do governo em minimizar os impactos dessa crise climática. Mais de 330 mil pessoas já foram diretamente afetadas pela seca e pelos incêndios na região, que, em 2024, destruíram cerca de 6,7 milhões de hectares na Amazônia.
As medidas que serão anunciadas hoje refletem a urgência e a gravidade da situação, e deverão mobilizar recursos e esforços para garantir a segurança e a sobrevivência das comunidades afetadas.