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Índia impõe toque de recolher e corta internet para conter violência étnica

As autoridades do estado de Manipur, no nordeste da Índia, decretaram toque de recolher por tempo indeterminado e cortaram o acesso à internet após protestos estudantis ligados a uma nova onda de violência étnica que afeta a região há mais de um ano. Na terça-feira, o governo local ordenou a suspensão dos serviços de internet […]

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A medida ocorre após protestos estudantis pedindo paz que eclodiram em resposta a uma nova onda de violência étnica / Altaf Qadri / AP Photo

As autoridades do estado de Manipur, no nordeste da Índia, decretaram toque de recolher por tempo indeterminado e cortaram o acesso à internet após protestos estudantis ligados a uma nova onda de violência étnica que afeta a região há mais de um ano.

Na terça-feira, o governo local ordenou a suspensão dos serviços de internet e dados móveis por cinco dias, visando conter a crescente agitação. Segundo o comunicado oficial, há preocupação com o uso das redes sociais para disseminar discursos de ódio e imagens provocativas, o que poderia alimentar ainda mais o conflito.

O toque de recolher foi estabelecido em três distritos, com a suspensão dos serviços de comunicação até domingo, na tentativa de conter a desinformação e evitar que a violência se agrave. Manipur, localizado na fronteira com Mianmar, é palco de violentos conflitos entre as etnias Meitei, majoritariamente hindu, e Kukis, predominantemente cristã, em disputa por recursos econômicos, empregos e cotas educacionais.

Mesmo com a presença do exército, os confrontos entre os grupos continuam. Nas últimas semanas, pelo menos nove pessoas foram mortas em ataques com drones e foguetes caseiros. Na terça-feira, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar estudantes que protestavam contra a ineficácia do governo em resolver o conflito, que já dura 16 meses.

Estudantes afirmam estar frustrados com a incapacidade do governo de restaurar a paz, enquanto o líder estudantil Ch Victor Singh apresentou uma lista de exigências ao governador, que inclui a remoção de altos oficiais de segurança por falharem em controlar a violência.

Cerca de 250 pessoas já perderam a vida e milhares ficaram desabrigadas desde o início da crise, em maio do ano passado.

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