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Cortes em massa na educação marcam governos de direita após impeachment

Após o impeachment de Dilma Rousseff, governos de direita implementaram cortes significativos na educação, resultando em queda de 2,5% ao ano nos investimentos públicos, enquanto países da OCDE aumentaram seus aportes no setor. Entre 2015 e 2021, o investimento público em educação no Brasil sofreu uma queda média de 2,5% ao ano, de acordo com […]

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Professores brasileiros ganham 47% menos e trabalham mais que a média da OCDE / © Joédson Alves / Agência Brasil

Após o impeachment de Dilma Rousseff, governos de direita implementaram cortes significativos na educação, resultando em queda de 2,5% ao ano nos investimentos públicos, enquanto países da OCDE aumentaram seus aportes no setor.

Entre 2015 e 2021, o investimento público em educação no Brasil sofreu uma queda média de 2,5% ao ano, de acordo com o relatório Education at a Glance (EaG) 2024, divulgado pela OCDE. Essa redução significativa ocorreu após a saída da ex-presidente Dilma Rousseff, cujo governo, embora marcado por crises econômicas e políticas, ainda manteve o foco em políticas sociais e educacionais até sua saída em agosto de 2016. Com o impeachment de Dilma e a ascensão de governos de direita, houve uma mudança brusca nas prioridades, o que resultou em cortes expressivos no orçamento da educação.

Durante o governo de Michel Temer e posteriormente com Jair Bolsonaro, a educação sofreu duros golpes, com reduções constantes de investimentos públicos. Enquanto os países da OCDE aumentaram seus investimentos em educação em média 2,1% por ano entre 2015 e 2021, o Brasil seguiu na direção contrária. O corte no financiamento afetou todas as esferas educacionais, desde a educação básica até o ensino superior.

Em termos de investimento por aluno, os números também evidenciam o desmonte. No ensino fundamental, o Brasil investe, em média, US$ 3.668 por aluno (cerca de R$ 20,5 mil), enquanto os países da OCDE investem US$ 11.914 (R$ 66,5 mil). No ensino médio, o investimento brasileiro chega a US$ 4.058 (R$ 22,6 mil), bem abaixo dos US$ 12.713 (R$ 71 mil) dos países da OCDE. No ensino superior, a diferença continua expressiva: o Brasil investe US$ 13.569 (R$ 75,8 mil), comparado aos US$ 17.138 (R$ 95,7 mil) investidos pelos países da OCDE.

Além disso, a parcela do orçamento público destinada à educação também diminuiu durante esses anos de governos de direita, caindo de 11,2% em 2015 para 10,6% em 2021. Essa queda reflete uma clara desvalorização da educação como prioridade nacional. Mesmo com essa redução, o Brasil ainda investe uma porcentagem do orçamento maior que a média da OCDE, que também registrou uma leve diminuição, passando de 10,9% para 10%.

Outro ponto que reflete esse desmonte é a situação dos professores no Brasil. Com o sucateamento do sistema educacional, os docentes passaram a receber salários menores e a trabalhar mais. Em 2023, o salário médio anual de um professor nos anos finais do ensino fundamental no Brasil foi de US$ 23.018 (R$ 128,4 mil), um valor 47% abaixo da média da OCDE, de US$ 43.058 (R$ 240,2 mil). Além disso, os professores brasileiros precisam lecionar 800 horas por ano, acima da média da OCDE, que é de 706 horas. A relação de alunos por professor também é desproporcional, com o Brasil registrando uma média de 22 a 23 alunos por professor, enquanto a OCDE mantém uma média entre 13 e 14.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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Jicxjo

10/09/2024 - 20h40

Enquanto isso a mídia se fantasia de freira em puteiro afetando surpresa. Ora, os donos do capital que patrocinaram o golpe afinal queriam o quê, povo esclarecido ou meros apertadores de parafusos? E a sucessão de patetas à frente do MEC no governo Bozo aprofundou o abismo.

Zulu

10/09/2024 - 14h44

Não é com dinheiro que se aprende a ler e escrever.


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