O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, demitido na sexta-feira, 6, após denúncias de assédio sexual e moral dentro da pasta, foi acusado por uma ex-aluna de Direito da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, de comportamento inapropriado durante seu período como professor. O caso foi divulgado pelo Intercept.
A ex-aluna, Carla, relatou ao Intercept que Almeida a assediou em 2009, quando ela cursava o último ano da graduação. “Oi, tudo bem? Sabe quem está falando?”, perguntou Silvio. “Eu obviamente reconheci a voz, eu escutava ela todos os dias”, respondeu Carla a reportagem.
Segundo Carla, Almeida a contatou por telefone na época, insinuando que eles deveriam se encontrar para discutir o tema de sua monografia, deixando claro que não queria que ela fosse “prejudicada“.
Embora o professor tenha feito várias ligações, Carla afirma que ele nunca “subiu o tom”, mas manteve a pressão sobre ela. “Acho que a gente devia sair para conversar sobre o seu tema porque eu não quero que você saia prejudicada”, disse o ex-ministro.
Carla não denunciou o caso na época, temendo represálias acadêmicas e a falta de provas concretas. No entanto, após as recentes denúncias contra Almeida, tanto no ministério quanto em outros espaços, Carla decidiu compartilhar sua história.
“Fiquei com medo dele realmente me prejudicar na monografia”, revela a ex-aluna.
Outros relatos também surgiram, incluindo o de uma professora que acusou Almeida de assédio sexual em 2019. Segundo a revista Veja, estudantes da Universidade São Judas Tadeu também relataram episódios de tentativa de troca de favores sexuais por melhores avaliações.
A universidade informou que não recebeu nenhuma denúncia formal até o momento, mas que está investigando o caso internamente. Almeida não se pronunciou sobre as acusações até o fechamento desta reportagem.