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O real interesse da China com a África

Premiê chinês destaca o fortalecimento das cadeias de suprimentos e a integração industrial com a África, visando crescimento econômico mútuo e apoio às pequenas e médias empresas africanas. A China busca fortalecer os laços na cadeia de suprimentos e promover a integração industrial com a África, visando benefícios e desenvolvimento mútuos, afirmou o premiê Li […]

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O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse à conferência do FOCAC que o objetivo é um crescimento "autossustentável e resiliente" / Foto: SCMP

Premiê chinês destaca o fortalecimento das cadeias de suprimentos e a integração industrial com a África, visando crescimento econômico mútuo e apoio às pequenas e médias empresas africanas.

A China busca fortalecer os laços na cadeia de suprimentos e promover a integração industrial com a África, visando benefícios e desenvolvimento mútuos, afirmou o premiê Li Qiang a cerca de 1.000 líderes empresariais nesta sexta-feira (6).

Segundo o jornal South China Morning Post, Li também garantiu apoio às pequenas e médias empresas africanas, destacando a importância de ajudar as indústrias do continente a atingir um crescimento “autossustentável e resiliente”. Ele ressaltou a grande complementaridade entre as indústrias da China e da África durante seu discurso em uma conferência de cooperação China-África, realizada na capital chinesa.

“Coordenando e conectando nossas cadeias industriais, podemos transformar nossos recursos em um motor de desenvolvimento”, afirmou Li.

O discurso de Li ocorreu no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) e coincidiu com as iniciativas anunciadas pelo presidente Xi Jinping no dia anterior. Entre as propostas, está um plano para criar “clusters de crescimento de cooperação industrial” com a África e trabalhar em conjunto com o continente para “abraçar a mais recente revolução tecnológica”.

Esses esforços de Pequim surgem em um momento de crescente competição entre China e Estados Unidos nas cadeias globais de suprimentos e indústrias. No plano de ação 2025-2027, líderes chineses e africanos afirmaram que vão “manter estáveis as cadeias globais de suprimentos, se opor ao unilateralismo e protecionismo, e evitar interrupções e barreiras no fornecimento”.

Com a grande demanda da China por matérias-primas, o país se tornou um dos principais compradores e investidores nos vastos depósitos de minerais essenciais da África. Atualmente, 72% das exportações de cobalto da África são destinadas à China, assim como 28% de suas exportações de grafite e 58% de manganês, elementos cruciais para a produção de baterias de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia.

De acordo com o Ministério do Comércio da China, as exportações chinesas para a África incluem principalmente produtos eletromecânicos, bens de consumo e têxteis. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações da China para a África caíram 3% em relação ao ano anterior, mas as importações da África para a China aumentaram 12,5%, segundo dados da alfândega chinesa.

Li Qiang destacou que empresas chinesas já investiram cerca de US$ 130 bilhões e estabeleceram mais de 5.000 empresas no continente africano. Ele ressaltou que a estrutura de cooperação entre os dois lados tem se diversificado, e que a China está ampliando suas importações da África.

Li reafirmou o compromisso de Pequim em acelerar a assinatura de acordos-quadro de parceria econômica com países africanos, além de garantir maior acesso ao mercado chinês para produtos agrícolas e de “alta qualidade” da África. Ele encorajou as comunidades empresariais de ambos os lados a terem mais confiança na expansão de suas operações nos mercados chinês e africano, destacando o crescimento contínuo das duas economias e a tendência irreversível de globalização econômica.

Li também incentivou empresas chinesas a investirem mais em infraestrutura, energia, telecomunicações, serviços médicos e educação no continente africano.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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