A decisão surpreendente ocorreu às vésperas do início do julgamento, onde Hunter Biden enfrentava acusações de sonegação de US$ 1,4 milhão em impostos.
Hunter Biden se declarou culpado de uma série de acusações fiscais na Califórnia nesta quinta-feira (5), evitando assim um julgamento criminal que poderia expor detalhes embaraçosos sobre ele e seus pais, o presidente Joe Biden e a primeira-dama.
A inesperada confissão de culpa ocorreu no tribunal federal de Los Angeles, justamente quando a seleção do júri estava prestes a começar. A peculiaridade do caso é que Biden fez sua declaração sem chegar a um acordo com os promotores, o que significa que ele não recebeu garantias sobre a pena que enfrentará quando for sentenciado em dezembro.
Mais cedo no dia, Hunter tentou entrar com uma alegação conhecida como Alford, em que ele admitiria o peso das provas contra ele, aceitando a punição, mas sem admitir culpa. No entanto, os promotores rejeitaram essa proposta.
“Hunter Biden não é inocente. Ele é culpado. Não pode se declarar culpado em termos especiais”, afirmou o promotor Leo Wise.
Após a audiência, o advogado de Hunter Biden, Abbe Lowell, explicou que seu cliente tomou a decisão de se declarar culpado para poupar sua família de constrangimentos e sofrimentos desnecessários. “Este apelo impede um julgamento espetacular que não traria todos os fatos à tona nem serviria à justiça de maneira adequada”, disse Lowell, acrescentando que o apelo permite que Biden questione o caso durante a fase de apelação.
As dificuldades legais de Hunter Biden têm sido uma fonte de angústia para sua família e um desafio político para seu pai. Em junho, ele foi condenado em Delaware por três acusações criminais, incluindo mentir durante uma verificação de antecedentes federais ao comprar uma arma em 2018.
O julgamento trouxe à tona momentos difíceis, como seu vício em crack, que durou anos, e seu relacionamento com a viúva de seu irmão falecido. Republicanos tentaram vincular as falhas de Hunter e seus negócios questionáveis à imagem do presidente. No entanto, com Joe Biden fora da corrida presidencial desde julho, os problemas legais de Hunter perderam parte do impacto político nacional.
Hunter foi acusado de sonegar US$ 1,4 milhão em impostos, incluindo o uso indevido de deduções comerciais. Grande parte desse dinheiro teria sido gasto em um estilo de vida luxuoso, que incluía hotéis, carros, drogas e prostitutas, enquanto lutava contra seu vício.
Se condenado, ele poderá enfrentar até 17 anos de prisão, embora a pena final deva ser significativamente menor.
Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, se recusou a comentar sobre o apelo de Hunter Biden, mas o presidente já havia afirmado anteriormente que não concederia perdão ao seu filho.
Com informações do Financial Times