Novas medidas buscam limitar o acesso de adversários, como a China, a tecnologias críticas, como semicondutores e computação quântica, com o objetivo de proteger a segurança nacional dos EUA.
Os Estados Unidos anunciaram, na quinta-feira, novos controles mais rígidos sobre a exportação de tecnologias críticas, como computação quântica e equipamentos para fabricação de semicondutores, com o objetivo de limitar o acesso de adversários, especialmente a China.
O Departamento de Comércio dos EUA informou que está implementando restrições globais à exportação de itens específicos, como computadores quânticos e máquinas usadas para produzir dispositivos semicondutores avançados. No entanto, exceções serão aplicadas a países que já possuem regulamentações semelhantes, como o Japão. “Com o surgimento de tecnologias críticas com aplicações militares, é cada vez mais necessário regular seu movimento para garantir que esses itens não sejam utilizados de maneira que comprometa a segurança nacional ou os interesses de política externa dos EUA”, afirmou o Departamento de Comércio em comunicado.
Nos últimos anos, os EUA impuseram restrições à exportação de chips avançados para a China, incluindo aqueles usados para o desenvolvimento de inteligência artificial (IA). Em agosto do ano passado, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva para limitar os investimentos americanos em tecnologias sensíveis, como computação quântica, na China.
“Alinhar nossos controles sobre tecnologias quânticas e outras tecnologias avançadas torna muito mais difícil para nossos adversários desenvolver e usar essas tecnologias de formas que ameacem nossa segurança coletiva”, disse Alan Estevez, subsecretário do Bureau de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio. O departamento também mencionou que diversos países com posturas semelhantes já implementaram ou anunciaram novos controles nacionais sobre exportações relacionadas à computação quântica e à fabricação avançada de semicondutores, e espera que mais nações sigam esse caminho em breve.
Antes de as novas regras entrarem em vigor, haverá um período de 60 dias para consulta pública. Outras tecnologias afetadas pelas restrições incluem chips de alto desempenho que podem ser utilizados em supercomputadores.
A disputa entre Estados Unidos e China pelo controle da tecnologia de semicondutores e sua produção tem sido um ponto de tensão entre as duas nações. A Holanda e o Japão já se uniram aos EUA ao impor restrições à exportação de equipamentos avançados de fabricação de chips, com o objetivo de evitar que a China obtenha materiais sensíveis que possam ser utilizados em armas e tecnologias avançadas, como IA.
Ao ser questionado sobre as novas medidas americanas, o Ministério das Relações Exteriores da China expressou oposição, afirmando que os EUA estão politizando e militarizando o comércio e a tecnologia. “A criação de barreiras artificiais vai contra os princípios de mercado e prejudica as cadeias de suprimento e produção globais”, declarou Mao Ning, porta-voz do ministério, durante uma coletiva de imprensa em Pequim. Ela acrescentou que essas ações “não beneficiam nenhuma das partes envolvidas”.