Alegando dificuldades logísticas, o governo retira o MST do desfile de 7 de setembro; fontes apontam que a decisão foi motivada por pressão das Forças Armadas.
A poucos dias do desfile de 7 de setembro, o governo federal retirou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da cerimônia oficial, alegando dificuldades logísticas. Entretanto, fontes consultadas pela clona indicam que o verdadeiro motivo foi a pressão das Forças Armadas. A presença do movimento no evento incomodou militares responsáveis pela organização, resultando na exclusão do MST do cronograma.
O governo havia destinado R$ 10 milhões para as Forças Armadas participarem do desfile, com R$ 3,33 milhões sendo distribuídos para a marinha, exército e aeronáutica, cada um. No entanto, apesar do investimento, a retirada do MST foi decidida de última hora, em um movimento, no mínimo, desesperado.
Interlocutores do movimento em conversas reservadas afirmaram à clona que já esperavam esse recuo. Segundo essas fontes, a pressão militar para evitar a presença do MST no desfile era crescente. Para o movimento, essa decisão confirma o histórico de submissão de Lula diante dos militares, algo que marcou seus mandatos anteriores e parece continuar.
Apesar de o governo justificar a exclusão como uma questão logística, fontes internas e ligadas ao MST indicam que essa foi apenas uma fachada para evitar o conflito aberto com as Forças Armadas. Havia uma expectativa de que o movimento fosse homenageado durante o evento por sua atuação na reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes recentes. A retirada causou frustração entre os membros, que viam a participação no evento como um reconhecimento por seus esforços.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, teve um papel importante na mediação da situação, segundo pessoas próximas ao governo. No entanto, a decisão final de excluir o MST demonstra a influência dos militares em pautas sensíveis. Além disso, essa exclusão levanta questionamentos sobre a capacidade do governo Lula de enfrentar as Forças Armadas em questões que envolvem movimentos sociais.
Outras instituições, como o Corpo de Bombeiros e os Correios, continuam no cronograma das homenagens. Contudo, o recuo em relação ao MST reforça a percepção de que, apesar de seu alinhamento histórico com o governo, o movimento ainda enfrenta resistência nas altas esferas do poder.
A decisão de última hora, marcada por justificativas técnicas e intervenções militares, deixa claro que as tensões entre o governo civil e as Forças Armadas continuam sendo um tema delicado, capaz de influenciar decisões políticas e de gestão em eventos simbólicos como o 7 de setembro.