O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), consultou outros ministros da Corte antes de decidir abrir uma investigação sobre a troca de mensagens entre assessores de seu gabinete e ex-funcionários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria dos ministros considerou a decisão necessária, dada a gravidade do caso.
Eles concordam que a Polícia Federal (PF) deve conduzir uma investigação minuciosa, especialmente se for comprovado que o vazamento de informações envolveu servidores públicos, o que poderia caracterizar uma violação de sigilo funcional, conforme relatado pelo Estadão.
O inquérito, que está sendo mantido em sigilo, foi instaurado por iniciativa de Moraes, sem a necessidade de um pedido formal de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF).
Na semana anterior, o ministro minimizou a importância das conversas, afirmando que não tinha nada a esconder. No entanto, ele continua empenhado em descobrir quem foi o responsável pelo vazamento das mensagens de seus assessores.
Após a publicação das mensagens pela Folha de S. Paulo, ministros como Luís Roberto Barroso, presidente do STF, e Gilmar Mendes, decano da Corte, se reuniram com Moraes e manifestaram publicamente seu apoio a ele. A postura de Moraes foi considerada adequada por seus colegas do tribunal.
Até o momento, a portaria que oficializa o inquérito não foi divulgada, e os argumentos apresentados por Moraes para justificar a investigação ainda não foram revelados.
Como primeira medida, foi expedida a intimação de Eduardo Tagliaferro, ex-responsável pelo setor de combate à desinformação do TSE, que está no centro das suspeitas de vazamento.
Fontes próximas a Moraes acreditam que as mensagens foram extraídas do celular de Tagliaferro. A PF agora investiga se ele foi o responsável pela divulgação das conversas ou se outra pessoa, que teve acesso ao dispositivo, realizou o vazamento.
O celular de Tagliaferro foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo em maio do ano passado, após sua prisão em flagrante sob acusação de violência doméstica, quando ele passou seis dias detido na Delegacia Seccional de Franco da Rocha, na Grande São Paulo.