Coach e ex-membro de quadrilha cresce entre bolsonaristas, mas futuro político depende da reação do eleitorado progressista da capital e do impacto de conflitos com a família Bolsonaro.
A mais recente pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 20 e 21 de agosto, trouxe dados importantes sobre o cenário eleitoral em São Paulo. Pablo Marçal, autointitulado “coach”, não apenas ultrapassou Ricardo Nunes, atual prefeito, entre os eleitores bolsonaristas, mas também registrou um crescimento significativo de 7 pontos percentuais no eleitorado geral. No entanto, antes de tirar conclusões definitivas sobre o futuro político de Marçal, é crucial considerar o contexto em que esses números foram colhidos e o que eles realmente representam.
De forma geral, Marçal cresceu sete pontos desde o início de agosto, e esse avanço foi mais intenso entre os grupos mais identificados com o bolsonarismo: na faixa etária de 35 a 44 anos (de 16% para 32%), na faixa de 45 a 59 anos (de 7% para 19%), entre evangélicos (de 18% para 30%), entre eleitores de Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (de 29% para 44%) e entre aqueles que se declaram bolsonaristas (de 25% para 46%). Esses dados refletem que, embora Marçal tenha ampliado sua base, esse crescimento está fortemente concentrado em segmentos que tradicionalmente já apoiam Bolsonaro.
Contudo, é importante ressaltar que o eleitorado da capital paulista tende a ser mais progressista e menos suscetível à influência bolsonarista. Nas eleições de 2022, por exemplo, a cidade de São Paulo elegeu Lula para a presidência, enquanto Bolsonaro perdeu na capital. Além disso, Fernando Haddad, candidato do PT ao governo do estado, venceu na capital paulista, enquanto Tarcísio de Freitas, candidato apoiado por Bolsonaro, foi derrotado. Esses resultados indicam uma tendência progressista entre os eleitores da capital, o que pode representar um desafio adicional para a campanha de Pablo Marçal.
Um ponto crucial que não pode ser ignorado é que essa pesquisa foi realizada antes de o conflito entre a família Bolsonaro e Pablo Marçal atingir seu ápice. Nos últimos dias, a tensão entre ambos escalou, com a família Bolsonaro intensificando suas críticas contra Marçal. Como a pesquisa Datafolha foi conduzida antes desses acontecimentos, ela não captura o impacto total que esse conflito poderia ter no desempenho de Marçal nas urnas.
Além disso, se a campanha bolsonarista realmente se concentrar em atacar Pablo Marçal e apoiar Nunes, e se o eleitorado geral de Bolsonaro se mostrar fiel ao ex-presidente, isso pode representar um grande problema para a campanha de Marçal. Até o momento, sua campanha parece fortemente alicerçada nos votos bolsonaristas, sendo esses essenciais para uma eventual virada rumo ao segundo turno.
No entanto, nenhuma das pesquisas atuais, incluindo esta do Datafolha, indica que Marçal esteja em posição de garantir uma vaga no segundo turno, considerando o contexto atual e o cenário eleitoral. O verdadeiro teste para Marçal será verificar como sua campanha, e a campanha contra ele liderada pela família Bolsonaro, se desdobrará nas próximas semanas.
Portanto, é preciso aguardar as próximas pesquisas para medir o impacto completo desses eventos. Somente assim será possível avaliar se Marçal conseguirá manter sua posição ou se seu crescimento se limitará aos simpatizantes de Bolsonaro. O fator Bolsonaro ainda será crucial para determinar os rumos desta eleição e o destino político de Pablo Marçal.
bandoleiro
23/08/2024 - 09h46
O problema nao é o futuro da direita que tem sobra de escolhas como Marçal ta demostrando…mas o problema é a esquerda, morreu o Lularato nao tem ninguem.