Um estudo divulgado pelo MapBiomas nesta quarta-feira revelou que o Brasil perdeu 33% de suas áreas naturais até o ano passado. O levantamento mostra uma aceleração na deterioração ambiental desde 1985, quando o monitoramento começou.
Entre 1500 e 1985, o país havia perdido 20% de sua vegetação nativa, áreas de superfície de água e regiões naturais não vegetadas. Nos últimos 39 anos, a perda adicional foi de 13%, totalizando 110 milhões de hectares.
Terras indígenas, que cobrem 13% do território nacional, tiveram uma perda mínima de 1% de vegetação nativa desde 1985, enquanto áreas privadas perderam 28%. Especialistas alertam para o impacto negativo dessa redução na dinâmica climática regional e na capacidade de resposta a eventos climáticos extremos.
Atualmente, 64,5% do território brasileiro ainda está coberto por vegetação nativa, uma queda em relação aos 76% registrados em 1985. Dos 281 milhões de hectares de áreas modificadas, 39% foram alterados nos últimos 39 anos.
O Rio de Janeiro foi o único estado que aumentou sua cobertura de vegetação nativa, de 30% para 32%. Em contrapartida, estados como Rondônia, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins registraram as maiores reduções.
A floresta, que representa 41% do país, foi a cobertura nativa mais impactada, com uma redução de 15% desde 1985, o equivalente a 61 milhões de hectares. A savana, principalmente no Cerrado, teve a maior perda proporcional, com uma redução de 26% (38 milhões de hectares). No mesmo período, a área de pastagem aumentou 79%, e a de agricultura, 228%.
Em 1985, 48% dos municípios tinham a agropecuária como atividade predominante, percentual que subiu para 60% em 2023. Mais da metade da perda de vegetação nativa no país ocorreu em propriedades privadas, onde a vegetação nativa já ocupa menos da metade.
Os estados com maior proporção de vegetação nativa são Amapá e Amazonas, ambos com 95%, seguidos por Roraima, com 93%. Sergipe, São Paulo e Alagoas têm os menores índices, com 20%, 22% e 23%, respectivamente.
A Amazônia e o Cerrado foram os biomas mais afetados, com uma redução de 55 milhões de hectares (14%) e 38 milhões de hectares (27%), respectivamente. No Pantanal, a superfície de água sofreu uma redução significativa, de 21% em 1985 para 4% em 2023. A Caatinga perdeu 14% de sua vegetação nativa, o equivalente a 8,6 milhões de hectares.
Com informações do Globo
Ronei
21/08/2024 - 13h40
O Brasil continua gastando ares enormes de territorio para construir aglomerados habitacionais que hoje parecem presidios e em breve tempo se tornam favelas, é preciso começar a se expandir verticalmente e para de gastar territorio inutilmente.