Morre aos 117 anos a pessoa mais velha do mundo

Após a morte de Maria Branyas, a pessoa viva mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, que tem 116 anos / Foto: Handout

A pessoa mais velha do mundo, Maria Branyas Morera, uma espanhola nascida nos Estados Unidos que viveu através de duas guerras mundiais, faleceu aos 117 anos, informou sua família nesta terça-feira (20).

“Maria Branyas nos deixou. Ela faleceu da forma que desejava: dormindo, em paz e sem dor”, escreveu a família em sua conta no X (antigo Twitter). “Sempre nos lembraremos dela por seus conselhos e sua gentileza”, acrescentaram.

Morera, que viveu nos últimos 20 anos no asilo Santa Maria del Tura, em Olot, no nordeste da Espanha, mencionou em uma publicação na terça-feira que se sentia “fraca”. “A hora está próxima. Não chorem, eu não gosto de lágrimas. E, acima de tudo, não sofram por mim. Onde quer que eu vá, serei feliz”, escreveu na conta administrada por sua família.

Maria Branyas Morera com 18 anos em 1925.

O Guinness World Records havia reconhecido oficialmente Branyas como a pessoa mais velha do mundo em janeiro de 2023, após a morte da freira francesa Lucile Randon aos 118 anos. Com o falecimento de Branyas, a pessoa viva mais velha é agora a japonesa Tomiko Itooka, nascida em 23 de maio de 1908, com 116 anos, segundo o US Gerontology Research Group.

Branyas, que viveu durante a gripe de 1918, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, além da Guerra Civil Espanhola, contraiu Covid-19 em 2020, poucas semanas após seu 113º aniversário, mas se recuperou completamente após ficar confinada em seu quarto.

Sua filha mais nova, Rosa Moret, uma vez atribuiu a longevidade de sua mãe à “genética”. “Ela nunca foi ao hospital, nunca quebrou nenhum osso, ela está bem e não sente dor”, disse Moret à televisão regional catalã em 2023.

Maria Branyas, uma espanhola nascida nos Estados Unidos considerada a pessoa mais velha do mundo com 117 anos.

Branyas nasceu em São Francisco, em 4 de março de 1907, logo após sua família ter se mudado do México para os Estados Unidos. A família retornou à Espanha em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, o que complicou a viagem de navio pelo Atlântico. A travessia foi marcada por tragédia, com seu pai falecendo de tuberculose no final da viagem e sendo enterrado no mar.

Branyas e sua mãe se estabeleceram em Barcelona. Em 1931, cinco anos antes do início da Guerra Civil Espanhola, ela se casou com um médico. O casal viveu junto por quatro décadas até a morte de seu marido aos 72 anos. Branyas teve três filhos, incluindo um que já faleceu, 11 netos e vários bisnetos.

Manel Esteller, parte de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Barcelona que estudou o DNA de Branyas para entender as causas de sua longevidade, disse ao jornal espanhol ABC em outubro de 2023 que ficou impressionado com sua boa saúde. “A mente dela é completamente lúcida. Ela se lembra com uma clareza impressionante de episódios de quando tinha apenas quatro anos e não tem nenhuma doença cardiovascular, algo comum em idosos. As únicas limitações são de mobilidade e audição. É incrível”, afirmou o professor de genética.

A pessoa mais velha comprovadamente viva foi a francesa Jeanne Louise Calment, que morreu em 1997 aos 122 anos e 164 dias.

Via Agências de Notícias

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