O governo do estado de São Paulo, sob o comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), avança com mais uma polêmica privatização. Desta vez, o alvo são as loterias estaduais, com um leilão internacional marcado para o dia 13 de setembro. O plano do governo é arrecadar R$ 3,4 bilhões nos próximos 15 anos ao conceder a exploração dos serviços lotéricos à iniciativa privada, prometendo que esses recursos serão investidos na área da saúde.
O vencedor do leilão poderá explorar os serviços por 15 anos, com apostas nas modalidades específicas, esportivas, numéricas e instantâneas, como as populares raspadinhas. Além disso, mais de 11 mil pontos de venda deverão ser instalados em todo o estado, tanto em comércios já existentes quanto em espaços exclusivos para as apostas.
A promessa de que os recursos obtidos serão destinados à saúde pública parece tentadora, mas será que essa iniciativa realmente beneficiará a população, ou servirá apenas para aumentar os lucros de grandes empresas?
Essa é apenas mais uma das muitas privatizações que Tarcísio tem conduzido desde o início de seu governo, sempre sob forte crítica. Em 2023, ele aprovou a controversa privatização da Sabesp, a maior empresa de saneamento da América Latina, vendendo a promessa de melhorias no serviço e ampliação do acesso. Contudo, o que se viu até agora foram tarifas mais altas e um serviço que não acompanhou as expectativas criadas.
O setor educacional também não escapou da sanha privatista do governador. Tarcísio decidiu entregar a gestão de 33 escolas estaduais para a iniciativa privada, justificando a medida como uma forma de liberar a direção das escolas das “tarefas burocráticas”.
O histórico recente de privatizações em São Paulo é preocupante. As linhas 8 e 9 da CPTM, que foram privatizadas, sofreram um aumento vertiginoso nas falhas, gerando transtornos diários para os passageiros. A privatização da Enel resultou em apagões que deixaram famílias inteiras sem energia por semanas, evidenciando a falta de capacidade da gestão privada em garantir serviços essenciais.
Agora, com a privatização das loterias, o governo de Tarcísio dá mais um passo em sua agenda, que parece mais preocupada em favorecer grandes corporações do que em atender às necessidades da população.
Até quando o estado de São Paulo seguirá por esse caminho de desmonte dos serviços públicos? A cada nova privatização, fica a sensação de que o verdadeiro custo dessas decisões será pago pela população, enquanto os lucros vão parar nos bolsos dos de sempre.