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Governo mobiliza tropa de choque e neutraliza convocações de ministros no Congresso

Planalto articula e transforma convocações em convites, evitando desgastes políticos em semana de intenso embate. O governo federal mobilizou uma verdadeira tropa de choque na articulação política para conter o excesso de convocações de ministros nas comissões da Câmara dos Deputados nos dias 14 e 15 de agosto de 2024. Em meio a um cenário […]

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Planalto articula e transforma convocações em convites, evitando desgastes políticos em semana de intenso embate.

O governo federal mobilizou uma verdadeira tropa de choque na articulação política para conter o excesso de convocações de ministros nas comissões da Câmara dos Deputados nos dias 14 e 15 de agosto de 2024. Em meio a um cenário de crescente tensão política, alimentado pela disputa entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal em torno das emendas parlamentares, o Planalto foi forçado a agir para proteger seus ministros de embates que foram considerados desnecessários e despropositados.

De acordo com análises obtidas pela coluna, o governo enfrentou uma enxurrada de requerimentos de convocação, muitos dos quais partiam de parlamentares da oposição, com o objetivo de pressionar e desgastar politicamente os titulares das pastas. Porém, o Planalto conseguiu reverter quase todos esses requerimentos em convites, uma manobra que evitou a exposição pública e direta dos ministros a questionamentos potencialmente prejudiciais.

Estratégia Bem-Sucedida nas comissões

As análises internas ao qual a coluna teve acesso revelam como a estratégia governista foi meticulosamente executada. Um exemplo emblemático foi a articulação envolvendo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Um dos alvos prioritários da oposição, Haddad teve seu requerimento de convocação retirado de pauta após uma intensa interlocução liderada pela Secretaria de Relações Institucionais, com apoio crucial da assessoria parlamentar do Ministério da Fazenda. Esse movimento foi considerado um sucesso pelo governo, evitando que o ministro fosse submetido a um interrogatório público sobre questões sensíveis.

Outro caso destacado por fontes é o do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Um requerimento de convocação apresentado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi neutralizado graças a uma obstrução estratégica, onde líderes governistas conseguiram atrasar a votação ao priorizar outros temas na pauta, como um acordo cultural entre Brasil e Croácia. Essa manobra garantiu que as convocações previstas não fossem votadas, poupando o ministro de comparecer ao plenário para responder a questionamentos.

Manobra política: transformação em convites

A transformação de convocações em convites foi uma constante na semana. Para o Ministro Celso Amorim, por exemplo, um requerimento de convocação foi convertido em convite, com previsão de comparecimento em 27 de agosto. Essa conversão foi fruto de uma articulação direta entre o assessor de Amorim e parlamentares aliados, garantindo que o ministro não enfrentasse um cenário adverso.

Essa abordagem permitiu ao governo manter o controle da situação, evitando confrontos diretos que poderiam desgastar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo. Em casos onde as negociações foram mais difíceis, o governo atuou rapidamente para oferecer concessões em outros pontos, como a inclusão de projetos de interesse dos parlamentares envolvidos, assegurando, assim, a transformação das convocações.

Vitória do Governo na articulação das convocações

A semana de articulações intensas no Congresso resultou em uma vitória política para o governo Lula. Ao transformar convocações em convites e ao bloquear requerimentos antes que eles chegassem à votação, o Planalto demonstrou sua habilidade em manobrar em um ambiente político complexo e hostil.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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