Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central e cotado para assumir a presidência da instituição, destacou a importância da autonomia nas decisões sobre a taxa Selic durante sua participação no 15º Congresso Brasileiro das Cooperativas de Crédito (Concred), realizado em Belo Horizonte.
Ele afirmou que não é razoável a expectativa de que diretores indicados pelo governo não possam votar por aumentos na taxa de juros quando necessário, mesmo sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por sua oposição a juros altos.
“Não faz muito sentido imaginar que você vai passar quatro anos sem poder fazer algo nesse sentido. Está muito claro, ao colocar na ata ‘de maneira unânime’, que todos os diretores estão dispostos a fazer aquilo que for necessário para perseguir a meta”, explicou Galípolo.
O diretor também comentou sobre as dificuldades atuais em atingir a meta de inflação estabelecida em 3%, citando que as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) sugerem uma taxa acima do alvo até 2026. Galípolo frisou que faz parte de um grupo dentro do Banco Central que percebe um risco inflacionário crescente.