Ex-assessora de Marielle Franco depõe ao STF e revela detalhes do atentado de 2018

Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (12).

Sobrevivente do atentado que tirou a vida de Marielle e do motorista Anderson Gomes, Chaves estava no carro atacado por tiros em março de 2018.

O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso, é apontado como o autor dos disparos. O depoimento de Chaves faz parte da ação penal que envolve o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo Alves Pereira. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa e encontram-se detidos.

Chaves descreveu os momentos antes do ataque, detalhando que a rajada de tiros foi breve e resultou na morte de Marielle, que inadvertidamente a protegeu. “Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo”, declarou Chaves, segundo o depoimento.

Ela também observou que Anderson Gomes, o motorista, havia sido atingido ao ver suas mãos se soltarem do volante. Chaves confirmou ainda que Marielle estava envolvida em pautas de urbanismo em regiões dominadas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.

A investigação conduzida pela Polícia Federal sugere que o assassinato foi encomendado pelos irmãos Brazão, com a participação de Barbosa, visando proteger interesses econômicos de milícias e inibir ações políticas contrárias por parte de Marielle. A acusação se baseia principalmente na delação premiada de Ronnie Lessa.

As defesas dos acusados negam envolvimento no homicídio, e a fase de depoimentos de defesa ocorrerá ao final do processo, com 70 testemunhas arroladas pelos réus.

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