Campos Neto diz que juros no Brasil não são ‘exorbitantes’ – será?

Apesar de reconhecer que as taxas são 'absurdamente altas', o presidente do Banco Central minimiza os impactos na economia, enquanto brasileiros enfrentam os efeitos de uma política monetária restritiva / Paulo Pinto / Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (13) que não se pode considerar a atual taxa de juros no Brasil como “exorbitante”, embora tenha admitido que a taxa é alta. A declaração foi feita durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, nas comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação.

Segundo o Metrópoles, Campos Neto justificou sua posição dizendo que tanto a taxa de juros quanto a inflação no Brasil estão abaixo da média de outros países. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, é de 10,50% ao ano, enquanto a inflação acumulada em 12 meses está em 4,5%.

Ele reconheceu que as taxas de juros são “absurdamente altas”, mas argumentou que o Banco Central está operando com níveis mais baixos em comparação a momentos históricos anteriores.

No entanto, a fala de Campos Neto gera questionamentos. Ao admitir que a taxa de juros “freia a economia”, ele contradiz o argumento de que o país está em um ciclo de crescimento surpreendente. Além disso, ao colocar a responsabilidade sobre o governo federal para a definição da meta de inflação, o presidente do BC parece afastar o papel da instituição na busca por uma política monetária que favoreça o desenvolvimento econômico, especialmente em um cenário onde os juros altos impactam diretamente o consumo, o investimento e o bem-estar da população.

A política de manutenção de juros elevados, embora justificada pela necessidade de controle da inflação, pode estar agravando as dificuldades econômicas do país.

O dilema entre o controle da inflação e a necessidade de estímulo ao crescimento econômico coloca em debate a efetividade das decisões do Banco Central e a sua influência na vida dos brasileiros.

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