O padre Júlio Lancellotti, reconhecido por seu trabalho com a população em situação de rua em São Paulo, foi novamente alvo de uma ameaça de morte, desta vez por um apoiador radical do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ameaça foi divulgada pelo próprio padre em suas redes sociais, causando preocupação entre seus seguidores.
A ameaça partiu de Paulo Sposito, que se apresenta nas redes sociais como “presidente da AF dos CAC’s do Brasil” e defensor da Polícia Militar de São Paulo. Sposito culpou o padre pelo aumento de ocupações e furtos no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, sugerindo que a violência só cessaria quando “o padreco Júlio Lancenheta for transferido ou for comer grama pela raiz”.
Em resposta, padre Júlio denunciou a ameaça em seu Instagram, afirmando: “Uma publicação como esta é incitação à violência, é difamação e ameaça.” Ele pediu orações e destacou a necessidade de proteção diante das frequentes ameaças que tem recebido.
O autor da ameaça é também conhecido por seu apoio ao armamento da população e por postar fotos com armas, além de suas associações com bolsonaristas, incluindo filhos do ex-presidente. Seu discurso extremista e incitação à violência são recorrentes em suas redes sociais.
Além disso, Sposito ataca outras figuras políticas em seu perfil, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Fernando Haddad e Flávio Dino.
Em meio a essas ameaças, padre Júlio publicou um vídeo em que aparece ao lado de pessoas em situação de rua na praça Barão de Tietê. No vídeo, ele relata as ameaças que vem recebendo e questiona os moradores de rua sobre suas necessidades, que reafirmam o desejo por moradia digna, e não pela permanência nas ruas.
O padre encerra o vídeo sublinhando a importância de garantir dignidade para todos. “As pessoas querem ter onde morar”, concluiu.
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