O Centro Carter, uma organização internacional, anunciou divergências brutais entre os resultados oficiais das eleições na Venezuela e suas próprias análises, indicando uma possível vitória de Edmundo González Urrutia, candidato da Plataforma Unitária Democrática, sobre o atual presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela. Este anúncio foi feito após a apuração do pleito realizado no dia 28 de julho de 2024.
Segundo informações repassadas a Folha, o Centro Carter critica a atuação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, acusando-o de falta de independência durante o processo eleitoral.
A organização baseou suas conclusões em dados obtidos de atas eleitorais e amostras de votação, embora não tenha publicado os percentuais exatos de votos de cada candidato.
O CNE venezuelano, por outro lado, declarou Nicolás Maduro vencedor com 51,95% dos votos, um resultado que contrasta com as alegações do Centro Carter.
Após a eleição, a organização retirou seus funcionários da Venezuela citando preocupações com segurança e ainda está para divulgar um relatório final sobre o pleito.
Adicionalmente, o Centro Carter apontou várias irregularidades, incluindo abuso de recursos estatais em favor de Maduro e restrições no registro de eleitores. A utilização de propaganda governamental durante a campanha eleitoral também foi motivo de críticas.
No sistema eleitoral venezuelano, diferentemente do brasileiro, cada voto é impresso e depositado em uma urna física, apesar de o voto ser inicialmente eletrônico.
As atas eleitorais, que são impressas ao final da votação por cada urna eletrônica, são transmitidas eletronicamente via uma rede criptografada, não sendo disponibilizadas publicamente no local de votação, mas sim distribuídas aos representantes dos partidos.