Elise Sueli Pereira Gonçalves, que foi secretária adjunta de Gestão no Ministério da Economia durante o governo de Jair Bolsonaro, atualmente ocupa um cargo estratégico no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sob o comando do governo Lula. A transferência de Elise para o GSI foi feita a pedido do próprio órgão, agora liderado pelo General Marcos Antonio Amaro dos Santos, conhecido como General Amaro, que assumiu a função após uma série de mudanças dentro do governo federal.
Controvérsia sobre a vacinação
Elise ficou conhecida por sua postura crítica em relação às vacinas contra a Covid-19, particularmente as desenvolvidas pela Pfizer. Durante as negociações para a compra desses imunizantes, ela expressou, em comunicações internas, preocupações sobre o artigo da Medida Provisória que permitia ao governo assumir os riscos associados a eventuais efeitos adversos das vacinas. Essa oposição contribuiu para atrasos na aquisição dos imunizantes, o que gerou críticas severas e fez parte das investigações conduzidas pela CPI da Covid. O papel de Elise nesses eventos reflete uma resistência que estava presente em partes do governo anterior em relação à vacinação em massa e à aceitação de cláusulas contratuais comuns em negociações internacionais de vacinas.
Manutenção em cargos de confiança
Mesmo com a polêmica de sua atuação anterior, Elise foi mantida em uma posição de confiança no GSI, um dos órgãos mais sensíveis e estratégicos da administração federal. O General Amaro, que assumiu o comando do GSI em maio de 2023, tem sido um ator central na reformulação da estrutura do órgão, buscando alinhar o GSI às novas diretrizes do governo Lula. Apesar disso, a presença de Elise, que é vista como uma figura polêmica devido à sua postura anterior, levanta questões sobre a escolha de integrantes para cargos de alta responsabilidade e a continuidade de figuras da administração passada em posições-chave.
Reestruturação do GSI
Desde que o General Amaro assumiu o comando, o GSI passou por uma ampla reestruturação, incluindo a exoneração de dezenas de funcionários, como parte do esforço do governo para renovar o órgão após as turbulências que marcaram o início do ano de 2023. A manutenção de Elise Sueli Pereira Gonçalves no GSI reflete as complexidades da gestão pública e a dificuldade em equilibrar a necessidade de renovação com a experiência e o conhecimento técnico de servidores que já ocupavam posições relevantes.
A atuação de Elise no GSI será, sem dúvida, acompanhada de perto, dada sua história e o impacto de suas decisões anteriores durante um dos momentos mais críticos da saúde pública no Brasil. Sua permanência no órgão sugere uma continuidade de estratégias e políticas, mesmo diante de um cenário político significativamente diferente.